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Mostrando postagens de outubro, 2011

O que Mossoró tem haver com isso?

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A crise da democracia representativa e a oposição às políticas neoliberais são as principais características dos indignados, espalhados em mais de 1000 focos, em aproximadamente 100 países. Manuel Castells, um dos grandes sociólogos do nosso tempo, comparando o fenômeno dos indignados com a cultura das redes, afirma que, o modelo predominante nas manifestações é o do wiki, onde qualquer pessoa pode participar, sem filtros. De que sistema nos indignamos? pergunta Castells, "Muitos diriam capitalismo, mais é algo pouco útil: há muitos capitalismos". Com essa afirmação, Castells revela que: maior do que a patologia do sistema, a indignação presente nas praças provém do resultado das consequências do capitalismo . Porém, vai além disso, a indignação se estende também à gestão política. A política invés de proteger o bem-estar social, usa o dinheiro do cidadão para salvar o capital financeiro, os grandes banqueiros. Assim sendo, diz Castells que , a outra característica da

Por que os jovens abandonam a Igreja?

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Novo estudo revela: três de cada cinco jovens cristãos se afastam da fé e abandonam suas igrejas de origem. Esse é um fenômeno comum em todas as confissões religiosas cristãs do ocidente. E a grande pergunta é: por que isso acontece, e por que com esta frequência? Os dados são fruto de uma pesquisa feita com 1.296 jovens, entre 18 e 29 anos, pelos pesquisadores do Barna Group. A recente pesquisa coordenada por David Kinnaman está disponível no seu livro cujo título é: “You Lost Me: Why Young Christians Are Leaving Church... and Rethinking Faith”. Destaco alguns dados relevantes da pesquisa. O primeiro: as igrejas dão a sensação de serem “excessivamente protetoras”. Quase um quarto dos jovens responderam que, na maior parte dos casos, “os cristãos demonizam tudo o que não tem a ver com a Igreja”. 22% declararam que as Igrejas ignoram os problemas do mundo real. O segundo: descobriu-se que muitos jovens adultos sentem que sua experiência do cristianismo é superficial, pouco in

Suíça: pobreza e exploração sexual

“Pobreza, migração e trabalho sexual na Suíça” foi um dos temas abordados ontem na seminário promovido pela 14º Religion Today Film Festival em parceria com a Faculdade de Comunicação Social da Universidade Pontifícia Salesiana. Pobreza na Suíça? Talvez seja esse o impacto que nasce espontaneamente ao saber que, um dos países mais ricos do mundo, famoso pelos seus “paraísos fiscais”, também se encontra na lista dos países feridos pela pobreza. O palestrante Serge Goriely desenvolveu o tema a partir da apresentação do filme-documentário “A Escale”, de sua autoria, destacando sobretudo, a situação de humilhação e pobreza em que vivem as jovens bailarinas imigrantes que trabalham nas boates do país. O objetivo principal do filme , disse Goriely, é trazer à luz do sol o problema da exploração e comercialização do sexo presente na Suíça. A Suíça é um país europeu com a mais alta presença de imigrantes depois de Luxemburgo. Em 2008, os estrangeiros representavam 22% da

O Ocidente chegou tarde

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Fomos informados (ou fui educado) com o mito de que o domínio das tecnologias, desde suas origens, pertencia ao mundo ocidental, mais precisamente, ao império americano. Segundo Manuel Castells, um dos maiores sociólogos do mundo, especialista na área das novas tecnologias, revela que, 1500 anos antes do surgimento do renascimento europeu em 1400 – época da plantação das sementes intelectuais da transformação tecnológica que dominaria o planeta nos séculos seguintes – a China era, um milênio e meio antes daquela época, a mais avançada em tecnologia no mundo. Elenco a seguir as invenções tecnológicas mais relevantes: 1. A primeira revolução no processo de informação foi chinesa. No século VII, provavelmente, inventaram a imprensa. O papel foi introduzido na China mil anos antes que no Ocidente; 2. No ano 200 a.C, a invenção dos altos-fornos que permitiam a fundição de ferro; 3. No século VI, a invenção do arado de ferro para o cultivo de arroz em campos molhados; 4. Nos meados dos anos

Terras sem promessas

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O tema do texto abaixo é outro, mas, antes, gostaria de fazer um aceno à morte de Gaddafi anunciada há pouco. Quem foi Muammar Muhammad Gaddafi? Um ditador, um personagem político do continente africano, um assassino; por muitos anos, inimigo do mundo ocidental. Cometeu crimes internacionais, abusou do poder, das mulheres. Sentiu-se dono da Líbia por mais de 42 anos. Hoje, dia da sua morte, é justo fazer memória dos milhares de inocentes assassinados por ele. Não era justo o que ele fazia com os refugiados africanos e com o seu próprio povo, onde cometia torturas inimagináveis e a outros, assassinava de modo extrajudicial, sem o direito de defesa. Como também, não foi justo o que fizeram com ele, hoje, expondo-o ao ridículo, não dando a ele o direito de se justificar perante a lei. Sou contra qualquer ato que fere a dignidade do ser humano. Sou contra a pena de morte. Não aplaudo a morte de ninguém. Aplaudo e choro pelo povo da Líbia que agora se encontra diante de um futuro

15 de outubro em Roma: indignados instrumentalizados

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Dois filmes, com histórias totalmente opostas, foram exibidos na jornada mundial dos indignados, 15 de outubro, em Roma. Num deles, fui um dos personagens da cena junto a outros centenas de milhares de pessoas, que caminharam em clima de paz e de fraternidade, manifestando suas indignações contra o sistema político e econômico que coloca em risco o presente e o futuro, bem como, o sentido da vida da geração presente e das futuras gerações. O segundo filme, assisti quando cheguei em casa, por intermédio dos meios de comunicação. Neste segundo, eram poucos os personagens, talvez menos de 1% relacionado ao primeiro. Todavia, esse pequeno grupo – destruidores do objetivo dos indignados, autores do terrorismo criado nas ruas de Roma, da violência injustificada, dos carros queimados, de bancos apedrejados, de dezenas de pessoas feridas – foram, infelizmente, os vencedores do Oscar, ocupando, portanto, as primeiras páginas da mídia italiana. “Sonhava vendo a praça São João de Latrão – lo

Ela não é Deus, mas é transcendental

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A nova identidade das redes sociais emerge quando um caldeirão de jovens sonhadores, famintos por mudanças, ocupa as praças e ruas de alguns países do Oriente Médio, que vivem sob ditaduras e/o democracias disfarçadas. Mobilizam-se através do Twitter, Facebook, YouTube para se unirem e dizer: basta de ditadura, de nos tratar como subalternos. Não dar pra aceitar passivamente a corrupção dos nossos dirigentes que enriquecem às custas do que é nosso. Não aceitamos um sistema educacional que não nos prepara para a universidade e, consequentemente, ao mundo do trabalho; Queremos liberdade e democracia transparente. Não acreditamos mais nos discursos perfumados de hipocrisia. Não somos mais ingênuos. Sabemos quem são vocês e quais são seus interesses. - Ah, ela é perigosa, tenhamos cuidado, dizem os políticos, jornalistas funcionários das corporações e a mídia tradicional. A rede é muito mais do que simplesmente um lugar de rever velhos amigos ou fazer novos. Até pouco tempo, as red

Redes socias x comunidades virtuais. Qual a diferença?

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Poderíamos chamar Orkut, Twitter, Facebook, Youtube de redes sociais? Claro, afinal somos livres pra chama-los de qualquer coisa. Mas, a bem da verdade, eles não são redes sociais. Então, o que são redes sociais? São pessoas interagindo com pessoas. Muito simples. Quando e como são formadas as redes? As redes existem desde os primeiros passos da formação da civilização humana, há milhares de anos. No início, a interação se fazia através de sinais, gestos, conversas, tambores, fumaças. Mais adiante, através de cartas escritas em papel, por telégrafo, telefone e, por último, por sites de relacionamentos na Internet, como o Facebook, Twitter, Orkut, Myspace. Atenção! Eu falei através de interação, não participação. E aqui é importantíssimo saber qual é a diferença entre ambos pra não conceituar rede social somente como a participação de um grupo de pessoas ou a soma dos meus 300 amigos no Facebook. Portanto, quanto mais interação, mais sinergia e, consequentemente, maior será a pos