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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Gratidão e Esperança

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O homem inventou ciclos temporais (início de ano, de mês, de semana) pra criar a sensação de que a vida é um eterno recomeçar. Tal ideia pegou bem, basta olharmos o rebuliço no mundo todo com a comemoração do Ano Novo.  Todos nós nos emocionamos no  réveillon (termo oriundo do verbo francês réveiller, que em português significa "despertar") . É verdade, nós despertamos, fazemos juramentos, propósitos, outros fazem uma lista de boas intenções pra o ano seguinte, outros juram não repetir os erros do ano anterior.  E as promessas? Prometemos ser melhores, mais humano, mais fraterno, mais solidário. Sem contar, as pessoas que planejam mudanças radicais na vida, como, decidir se casar,  entrar na vida religiosa,  abraçar algum projeto a longo prazo e por aí vai. O certo é que, cada um pisa o primeiro dia do ano carregado de emoção e de muita esperança. Pera aí, há também muitos que não sentem nenhuma emoção e não alimentam nenhuma esperança na virada do ano. No mun

Solidariedade e repúdio

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Solidariedade aos familiares e amigos dos  imigrantes senegaleses em Itália. Repúdio e vergonha para aqueles italianos que ainda preservam como valor sagrado, o ódio, o racismo e a xenofobia. A sensação é de que Mussolini ressuscitou e infiltrou nas veias de muita gente.  Não basta apenas tratar os imigrantes como raça inferior, é preciso elimina-los. Ontem, em Firenze, o italiano neofascista, Gianluca Casseri , matou covardemente dois senegaleses e feriu outros. E agora, os seus discípulos o tem como um herói.  "Fez bem, precisa castigar esses invasores senegaleses e    mandá-los de volta ao país de origem".  "Precisa mandar embora essa imundícia negra". Ao italiano assassino, dizem: "um herói, respeito e honra".   Cadê a Itália, berço da "civilização" ocidental? Cadê a Itália cristã? Cadê a Itália do renascimento? Não sei. Aos olhos do mundo, o que se vê é o renascimento de uma cultura racista, um tipo de epidemia mortífera, um

13 de dezembro: em Mossoró, Santa Luzia, na Europa, o Concílio

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Hoje, 13 de dezembro de 1545, deu-se início o XIX Concílio Ecumênico da Igreja Católica na cidade de Trento, norte da Itália.  Objetivo principal: Reforçar o símbolo (a primazia) da fé católica e extirpar as heresias e as inovações doutrinárias do protestantismo que se expandiam pela Europa. Foi o concílio que reconfigurou aquilo que a Igreja é, hoje, enquanto hierarquia, dogmas, doutrinas, organização, etc. A prova da sua relevância é que, frequentemente, nas reformas atuais, retomam o adjetivo "tridentino". Para uma larga ala da Igreja, as reformas do concílio do século XVI continuam sendo mais relevantes do que as do concílio vaticano II. Lutero foi peça chave para a convocação do concílio, conhecido, também, como o concílio da Contra Reforma. Embora sendo monge agostiniano, Lutero refutou publicamente o comércio que o vaticano fazia com a fé dos cristãos. O maior abuso era cobrar altas taxas dos fiéis para que a Igreja pudesse liberar as almas dos famili

A notícia do ano: o nascimento de Sophia

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Eu estava escrevendo sobre Hipertexto, interação, informação digital, conteúdos da minha tese, quando, de repente, o Facebook alerta: "Vanda acaba de entrar na sala do parto. Previsão pra Sophia nascer daqui a pouquinho." Sério, não acredito Evanúzia, pelo amor de Deus, é verdade? "Evanda tava na Igreja, sendo madrinha do casamento de Ledjane e Luciano quando começou a sentir as dores do parto. Saiu depressa pro hospital". Descreveu assim Evanúzia a novidade que me sacudiu do pé à cabeça. Deixei de lado a tese que estava escrevendo, rezei uma ave Maria pra Nossa Senhora do Bom Parto e depois, corri pro Twitter, MSN e Facebook pra espalhar pros amigos a novidade da noite. E aqui, ainda estou, pensando na minha irmã. Mas, antes que venha alguma novidade, vou curiar a  origem do nome da minha nova sobrinha. Na internet tem um monte de significados da origem do nome Sophia. Escolho aquele que, na minha opinião, mais se aproxima da verdadeira etimolog

"Sou um xenófobo sincero"

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Se já era humilhante para um imigrante viver na Europa, piorou mais ainda com os efeitos da crise econômica, nos últimos anos. Na Itália, onde   30% dos jovens vivem à margem do mundo do trabalho, qualquer imigrante passa a ser   visto como uma ameaça, um predador social. O título deste artigo é uma auto-revelação pública que um jornalista fez, ao escrever, nesta semana, num dos jornais (Libero) de ideologia neo-fascista, de extrema direita, da mesma linha política do ex-primeiro ministro, Silvio Berlusconi.  Pra ser honesto, gostei da afirmação  "Sou um xenófobo sincero"  do jornalista, pelo fato de ter tirado a máscara da hipocrisia. Na minha opinião, reconhecer que somos racistas ou xenófobos é o primeiro passo para uma possível mudança. Torna-se mais difícil    quando nos escondemos por trás de eufemismo ou, até mesmo, de instituições, sejam elas, políticas, acadêmicas, religiosas, etc… Aqui, abro uma brecha pra conceituar o que é "xenofobia". Dos