Ela não é Deus, mas é transcendental

A nova identidade das redes sociais emerge quando um caldeirão de jovens sonhadores, famintos por mudanças, ocupa as praças e ruas de alguns países do Oriente Médio, que vivem sob ditaduras e/o democracias disfarçadas.

Mobilizam-se através do Twitter, Facebook, YouTube para se unirem e dizer: basta de ditadura, de nos tratar como subalternos. Não dar pra aceitar passivamente a corrupção dos nossos dirigentes que enriquecem às custas do que é nosso. Não aceitamos um sistema educacional que não nos prepara para a universidade e, consequentemente, ao mundo do trabalho; Queremos liberdade e democracia transparente. Não acreditamos mais nos discursos perfumados de hipocrisia. Não somos mais ingênuos. Sabemos quem são vocês e quais são seus interesses.

- Ah, ela é perigosa, tenhamos cuidado, dizem os políticos, jornalistas funcionários das corporações e a mídia tradicional. A rede é muito mais do que simplesmente um lugar de rever velhos amigos ou fazer novos.

Até pouco tempo, as redes sociais na internet eram apenas uma "marolinha", uma onda do tempo, vazias de significados, um fenômeno que passa, diziam eles.

Hoje, os centros acadêmicos, os meios de comunicação, escritores, etc. estão, não somente mudando o discurso, mas, sobretudo, tentando entender o poder transformador das redes na sociedade.

Perguntam-se: qual a influência das redes na primavera árabe? Na queda de ditadores? Nas manifestações populares que se expandem pela Europa e, ultimamente, milhares de jovens nos Estados Unidos, com destaque, aos acampados em Nova York, local do sistema nervoso da economia mundial (Wall Street)?

Vendo o que vem acontecendo ultimamente, penso que as redes sociais estejam despertando nos jovens a vontade de sonhar, de se tornarem protagonistas, de se indignarem diante de um sistema político e econômico corrupto, que não representa o povo e, muito menos, corresponde com as necessidades básicas da maioria da população.

O processo de maturidade da rede é feito por quem faz uso dela, não por quem escreve sobre ela. Aqui está a diferença. É como alguém querer dizer que um caju é azedo sem nem sequer tocar nele, levando em conta somente sua aparência externa. É tiro no pé.

Nós sabemos que ela é ainda uma menina, surgiu há menos de dez anos, está na puberdade, na fase das descobertas, dos questionamentos. E é nesse período que solta fora o inimaginável.

Aqui, deveria entrar, na minha opinião, o interesse de cada um em saber: como estou utilizando a rede? Qual sua importância para o meu projeto de vida? Quais são minhas áreas/temas de interesses? O que ela significa para a minha formação intelectual, humana, social e cristã? De que forma, através das redes, posso exercitar melhor a minha cidadania?

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