#Coronavírus: Tecnologia, tem. Governança, não!

Boa noite Fernando Magalhães e ouvintes do 60 minutos. Hoje, comento uma recente fala que o historiador e filósofo israelense, Yuval Harari, fez sobre o antagonismo existente entre o avanço tecno-científico no combate ao coronavírus e a falta de sabedoria e de cooperação global dos países.  

Diferente das pandemias do passado, hoje temos, pela primeira na história, tecnologias de ponta para desmitificar as causas e as consequências da Covid-19, além de aparatos científicos para saber os mecanismos necessários para se prevenir contra o contágio do Coronavírus.

Durante o longo período da Peste Negra, um vírus que matou um terço da humanidade, a ignorância foi a grande aceleradora da pandemia. Segundo Harari, milhões de pessoas morriam e não sabiam porque as pessoas estavam morrendo e nem sabiam o que poderiam fazer para acabar com a doença.

Nem na Peste Negra do século XIV e nem na Gripe Espanhola de 1918, a ciência foi capaz de descobrir as causas da velocidade e do alto nível de mortalidade. 

Na atual pandemia, os cientistas gastaram apenas duas semanas para identificar o vírus correto, identificar a sequência genética da Covid-19 e desenvolver testes confiáveis. E neste exato momento, há milhares de cientistas em todo o mundo pesquisando e testando milhares de hipóteses, na firme esperança de produzirem nos próximos meses a vacina definitiva para imunizar toda a humanidade contra o coronavírus.

O que, infelizmente, ainda não temos, lamenta o filósofo israelense, é a sabedoria política para aplicar de forma colaborativa e global esse imenso poder científico. 

Talvez, o medo igual ou maior do que aquele causado pelo vírus, seja o de vermos políticos fechando suas fronteiras para resolver problemas de natureza global. Ou políticos usando a pandemia como armas para acelerar o ódio e a indiferença entre países e cultura. 

Enfim, como descreve Harari, a sensação que temos é o de não enxergarmos nenhum adulto na sala, nenhum presidente agindo com espírito de cooperação e solidariedade global. Muitos deles são movidos por fortes conflitos de interesses, usando, descaradamente, a crise pandêmica para fazer campanha política, através da expansão de suas bandeiras ideológicas e populistas, visando, em primeiro lugar, não a salvação dos seus cidadãos da Covid-19, mas, a fome tóxica de se perpetuarem no poder. Talvacy Chaves para o 60 minutos.

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