Retrospectiva 2020: o que ele me ensinou?



Bye bye 2020 e bem-vindo 2021 com perfil de 2025 Minha retrospectiva está dividida em 4 partes: a primeira, relato exemplos de inovações aceleradas pela pandemia; na segunda parte, compartilho as principais lições que aprendi em 2020; na terceira, exprimo meu sentimento de gratidão e, por último, desejo a você minhas felicitações de um abençoado e feliz 2021.

Antes de qualquer retrospectiva, quero expressar a minha solidariedade e preces por você que sofreu a perda de algum ente querido neste ano pandêmico de 2020. Minha solidariedade por você que perdeu emprego ou que carrega na vida graves sequelas provocadas por esta pandemia ainda em curso. 1. 2021 com perfil de 2025
Então, você sabia que amanhã, primeiro de janeiro, não pulamos para 2021, mas para 2025? Assim fazer alguns exames futuristas. E o que eles querem dizer com isso? Querem dizer que muitas inovações previstas para acontecer somente de 2025 em diante, já estão ocorrendo agora e se consolidarão mais ainda nos próximos anos. - Quem diria que já em 2020 veríamos a Suprema Corte, os magistrados em geral (juízes, desembargadores, advogados) vestirem suas togas sobre seus pijamas e realizar suas imponentes liturgias jurídicas do quarto de suas casas? - Quem diria já em 2020 uma telemedicina ser autorizada no país, ver médicos cuidando da saúde do povo consultando sem sair de suas casas? - Quem diria que veríamos os senadores, deputados e até os vereadores das nossas cidades realizando suas assembleias online, cada um de sua casa, participando de debates, apresentações de emendas parlamentares, votações, cassações, etc.? - Quem diria que nós professores, de repente, estaríamos trocando uma estrutura secular de sala de aula pelas modalidades de aulas online? Para isso, temos que desconstruir as estruturas mentais e físicas de uso para reconstruir novas competências pedagógicas e metodológicas dentro do ecossistema digital do complexo. - E nós padres, presidindo missas nas igrejas com portas fechadas, sem povo, rezando sozinho diante de uma câmera de celular conectado à internet. - E aquela inédita e inesquecível imagem do Papa Francisco, sozinho na praça do Vaticano, rezando apenas pela meios de comunicação? - Sabe aquele vovô e aquela vovó que tinha preconceitos de WhatsApp, que falavam mal da internet. De repente, até que eles se viram obrigados a aprender a navegar na rede para comunicar e se relacionar com os seus filhos e netos que não podiam visitar-los por causa do distanciamento social. - No âmbito cultural, os concertos e espectáculos, do mais simples ao mais famoso artista musical, trocaram o público presencial pelo público das live no Youtube. - O comerciante ou o vendedor de doce de jaca habituados a negociar longe da internet, por questão de importantes, foram obrigados a vender também nas plataformas digitais. - E aí pergunto: de tudo isso que a pandemia despertou ou acelerou, o que vai ser deletado após a pandemia e o que vai permanecer? Por essas e outras razões, alguns futuristas afirmam que adotaremos já em 2021 muitas inovações e comportamento que, se não fosse a pandemia, viriam a fazer parte da nossa vida somente depois do ano 2025. 2. O que mais eu aprendi no atípico 2020? - Que preciso aprender a aprender ao longo de toda a minha vida. Ter um diploma de curso universitário em um mundo VUCA ou BANI (frágil, complexo, ambíguo, não-linear) nada significa porque diariamente surgem novas tecnologias, novas metodologias, novas profissões, novas áreas de pesquisas e, para isso, preciso, humildemente, me colocar sempre na condição de um eterno aprendiz. - Em 2020, no auge da quarentena, aprendi a valorizar o que realmente importa na minha vida. Aprendi que não devo esperar o dia de amanhã para amar e abraçar alguém que amo. Devo abraçar e amar aqui e agora. - Em 2020, aprendi a desfrutar com mais sabedoria o tempo que tenho, aqui e agora, fazendo coisas e me aproximando de pessoas que agregam valores para a realização dos meus propósitos de vida. - Em 2020, no auge da pandemia, descobri o poder da meditação. Em situações de crises, temos sempre à nossa frente duas estradas: a estrada da paralisia, do medo, do deitar e esperar a tempestade passar e a estrada da atitude proativa, do ser senhor de si mesmo e buscar alternativas para se sair da crise da melhor possível forma. Graças à prática da meditação, fiz da quarentena uma grande revolução na minha vida. Do pé da serra de São José, isolado na casa dos meus pais, planejei e elaborei um curso de Ensino-Aprendizagem ONLIFE, com o objetivo de aprender novas habilidades e competências do professor da era FIGITAL, híbrida. Compartilhei essa ideia nas redes digitais e em pouco tempo dezenas de professores manifestaram o desejo de se inscrever no curso. - Em 2020, no auge da pandemia, redescobri que os momentos agradecimentos da vida, de sofrimentos e incertezas, são excelentes oportunidades de crescimento humano, espiritual e intelectual. Por essa razão, visualizo a médio e longo prazo uma grande parcela da humanidade mais humanizada e madura, como famílias mais unidas, como pessoas mais empoderadas, seguindo seus projetos e propósitos com mais autonomia e responsabilidade. - Em 2020, com a pandemia, redescobri a co-dependência de todas as coisas, categorias e invisíveis e que nós, humanos, somos apenas um minúsculo fragmento na construção cósmica. Descobri que um pequeno vírus - bilhões de vezes menor que um ser humano - é um trilhão de vezes mais potente e poderoso que um ser humano. Foi um vírus que parou o mundo e já matou milhões. Diante disso, nós, humanos, por questão de certas da nossa própria., Precisamos urgentemente reduzir nossa arrogância predadora, nosso poder destruidor de nós mesmos e do meio ambiente, causado pela nossa auto-suficiência tóxica e pela carência de uma gestão política inteligente, justa, inclusiva e global. - Com a pandemia aprendi que o amor à ciência é a forma mais lúcida e cívica de me proteger da cultura negacionista, das fakenews, das crendices e obscurantismos infiltrados fortemente nas narrativas do senso comum. Foi a ciência que evitou uma catástrofe maior nesta pandemia. Em apenas dois dias decodificou o RNA da COVID-19 e em poucos dias fechou escolas, igrejas, clubes, tudo o que causava aglomeração. Graças à ciência, em pouquíssimo tempo, tomaremos a vacina da Covid para voltarmos a tocar e abraçar sem medo as pessoas. - Em 2020, no auge da pandemia, redescobri a produzindo das inovações tecnológicas em geral, e das mídias digitais em particular. Sem as tecnologias digitais nesta pandemia, o mundo de 8 bilhões de pessoas teria colapsado, causando uma catástrofe inimaginável, muito maior que a catástrofe pandêmica de 1918. Graças à internet, a maioria das escolas, universidades, centros administrativos, centros jurídicos, bancos, supermercados, igrejas, empresas, etc., quase tudo se reinventou e continuado funcionando. - Em 2020, reduzi minha vergonha de compartilhar aquilo que penso e aprendo. Tomei consciência de que nada adianta Estudar e saber muita coisa se não compartilho para um maior número de pessoas, através dos meios de comunicação disponíveis. Por isso, publiquei dezenas de pensamentos e reflexões no meu blog; compartilhei dezenas de vídeos no meu canal do Youtube; escrevi um ebook sobre o ensino-aprendizagem onlife e compartilhei, gratuitamente, nas redes digitais; criei um site com o título “Autonomia Onlife” para compartilhar minhas mentorias e pesquisas, além de estar sempre compartilhando em outros perfis de mídias sociais (Twitter, Facebook, Instagram e LinkedIn). - Em 2020, assanhei a minha inquietude e ajudei a assanhar a alma inquieta de muitos colegas professores. Criei a RAI (Rede de Aprendizes Inquietos), composta por dezenas de professores reunidos em um grupo no WhatsApp e num grupo do Facebook, com um padrão de compartilharmos nossas experiências e o que há de mais inovador no campo da educação. - Ao longo de 2020, obtive mais de quarenta certificados de participação em convênios, simpósios, cursos, congressos nacionais e internacionais, promovidos por universidades e institutos acadêmicos do Brasil e de outras nacionalidades. Eventos que antes eram realizados apenas presencialmente, durante a pandemia, muitos deles foram disponibilizados gratuitamente para o público, via modalidade online. Após a pandemia, creio que muitos eventos continuarão sendo realizados também na modalidade online, possibilitando o acesso a um maior número de participantes. - Em 2020, aprendi que podemos hibridizar não somente a educação, mas quase tudo. Se mensalmente muita gente pegava um avião ou um carro para participar de uma reunião de duas horas do outro lado do Estado ou do País, agora, podemos fazer quase todos os nossos encontros via Zoom ou Google Meet. Até os encontros e planejamentos paroquiais e acadêmicos podem ser híbridos, parte deles presencialmente e parte virtualmente. - Em 2020, renove a consciência de que sou porque somos. Quanto mais autônomo nos tornamos, mas sentimos a importância do outro na construção da nossa personalidade e do nosso caráter. Somos uma teia simbiótica, dependemos uns dos outros.

3. #Gratidão

  • Por sermos, portanto, codependentes com tudo e em tudo, neste ano de 2020, reacendeu ainda mais o meu sentimento da gratidão:

  • Gratidão por você que entrou na minha vida, começando pela família até você, anônimo, que assiste ou lê este meu depoimento ou aquela pessoa que entrou na Wikipédia para corrigir uma simples data ou informação que estava errada. 

  • Gratidão pela acolhida fraterna do povo da paróquia de Apodi e de modo especial, pela companhia e amizade do meu irmão de caminhada, padre Chagas.

  • Gratidão a todos os estudantes e professores que participaram dos cursos e mentorias que realizei ao longo deste ano de 2020. Muito obrigado a você inquieto e inquieta da RAI (Rede de Aprendizes Inquietos), que compartilha conteúdos e experiências voltados à educação híbrida, figital. De modo especial, gratidão à minha querida guerreira Cecília Pinheiro, que colaborou desde a idealização dos cursos até à publicação da 2ª edição do ebook Ensino-aprendizagem Onlife.

  • Gratidão aos estudantes da disciplina de Comunicação Pastoral do Curso de Teologia da Faculdade Católica do RN. Pela primeira vez dei aula totalmente online ao longo do semestre, sem nenhum contato físico com os estudantes, o que me obrigou a desconstruir os modelos tradicionais de lecionar e aprender novas habilidades pedagógicas.

  • Gratidão à UFRN, na pessoa do meu querido professor Juciano Lacerda, orientador do meu pós-doutorado, ainda em progresso.

  • Gratidão aos colegas padres da diocese de Mossoró e ao querido pastor Dom Mariano, pela acolhida e amizade.

Enfim, a todos e todas, meu profundo sentimento de gratidão. 

4. Bem-vindo 2021!

Que venha 2021 revestido de 2025.  O choque pode ser grande para uns,  porém, não tenhamos medo de ousar nas mudanças necessárias para a construção de um ser humano mais resiliente, compassivo, fraterno, perseverante, autônomo e feliz. Acreditamos que 2021 será um ano extraordinariamente melhor, porém, para que isso aconteça, vai depender exclusivamente das escolhas e atitudes que abraçaremos ao longo do ano.

Que o Deus da Paz, do Amor e da Justiça nos inspire a realizar com raça e determinação os nossos propósitos e projetos em 2021 e sempre! Conte comigo, estarei aqui, presente tanto na modalidade online quanto na offline. 

Um feliz e abençoado 2021 pra todos nós!  

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