Adaptação Digital ou Morte

Hoje, comento o atual contexto da pandemia, partindo de um pensamento do escritor e filósofo americano Peter Drucker. Dizia ele: “o maior perigo em tempos de turbulência, não é a turbulência em si, mas agir com a lógica do passado”.

Na lógica darwiniana, quem sobrevive não é o mais forte ou o mais inteligente, mas o que tem mais capacidade de adaptação. A pessoa ou a instituição que não se adaptar ao novo modelo de trabalho na era digital, não vai sobreviver a médio e longo prazo, independente do seu porte ou da sua inteligência.

Com o mundo hiperconectado, a proliferação do acesso ao conhecimento digital é mais rápida que a pandemia vigente. A maioria das pessoas infectadas pela covid-19 nem sente que têm o vírus, porém, a informação digital, que expande o nosso conhecimento, chega a quase 100% das pessoas, com uma capacidade de disseminar pânico, muito maior que aquele causado pelo coronavírus.

Embora a realidade digital esteja já entre nós desde o século passado, com a quarentena, muitos de nós ainda fomos pegos de surpresa, revelando a nossa ignorância sobre o que há de belo e de bom no universo digital.

Ser obrigado a fechar a igreja, o escritório, a escola, entre outros, para cada um continuar realizando seus trabalhos de casa (home-office), foi um tremendo choque cultural para muitos de nós. Daí, entra a máxima de Darwin, ou nos adaptamos a esse novo modo de vida e de trabalho ou perderemos nossos empregos, nossos clientes, nossos seguidores.

O reflexo da adesão ao novo modo de trabalhar, rezar e viver, através das plataformas digitais, podemos observar no aumento exponencial do uso de videoconferências nos principais aplicativos. Apenas durante esta quarentena, o aplicativo Zoom saltou de 10 milhões de usuários para mais de 200 milhões; O Hangouts do Google aumentou 25 vezes o número de videoconferências. A China aumentou em 500% o uso de plataformas digitais para vídeo-reuniões. Nas últimas semanas, mais de 90 mil escolas estão usando os serviços de videoconferências da Zoom para realizar aulas pela internet.

A religião também foi outra instituição que migrou em massa para as igrejas online. A busca pelo sagrado é um dos principais interesses do público que navega nas redes digitais. Padres, pastores e religiosos em geral celebram missas, cultos, adorações, terços, louvores e súplicas nas diversas plataformas de mídias sociais.

A adaptação para o digital é inevitável, e a atual pandemia da covid-19 está sendo um claro reflexo da ascensão do digitalismo na sociedade. Essa turbulência que a humanidade está passando nos ensina que não podemos continuar usando a lógica analógica, do passado. Ou nos adaptamos para o novo modelo de sobrevivência, cada vez mais digitalizado e descentralizado, ou corremos o risco de fazermos parte da sociedade dos “inúteis”, excluída dos benefícios e malefícios presentes na cultura digital.

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