Uma causa dos conflitos na sociedade digital


Boa noite Fernando Magalhães, boa noite ouvintes do 60 minutos.

A perda hegemônica do comando e do controle do líder ou do gerente das organizações em geral. Isso acontece porque toda pessoa conectada torna-se um líder de si mesma, toda pessoa pode, através das mídias digitais, elogiar ou criticar, diretamente, qualquer gerente, qualquer autoridade, do vereador da sua cidade ao presidente da república; pode elogiar e criticar do padre da sua cidade ao papa no Vaticano. O poder de mídia que antes estava restrito à cúpula das instituições, hoje, potencialmente, está nas mãos de todo mundo.

Por que, por exemplo, os políticos e autoridades públicas em geral têm medo da internet? Por que muitos deles sequer têm um canal de mídia digital para interagir com o seu povo? Muito simples, porque muitos deles têm medo de serem criticados, denunciados diretamente pelos seus clientes, eleitores ou pelo povo em geral. Antes da internet, os líderes e gerentes tinham o comando e o controle de tudo; o professor juntamente com a escola tinha o controle do conhecimento; o jornalista tinha o comando e o controle da notícia em primeira mão.

Para quem ainda duvida do fim da supremacia das lideranças, faça uma pergunta para algumas delas sobre a diferença entre ser líder antes e depois da internet. Pergunte, por exemplo, como era ser pai antes e como é ser pai hoje, com a internet; como era ser professor antes do digital e como é ser professor hoje, com a internet; como era ser jornalista antes das mídias digitais e como é ser hoje; como era ser prefeito antes da internet e como é ser prefeito hoje, com a internet; como era ser médico; como era ser advogado antes e depois da internet.

Aqui, caro ouvinte, está, portanto, uma das causas dos conflitos existentes na sociedade digital. A diluição da supremacia das lideranças em geral. Porém, a parte mais odiosa e conflitante dos líderes e gerentes das empresas e instituições em geral será quando perceberem que os dias deles então contatos, ou seja, em um futuro breve, os líderes não apenas ficarão vulneráveis em suas funções, mas muitos deles desaparecerão, serão substituídos pelos algoritmos nas diversas plataformas digitais. Como, por exemplo, a realidade da filosofia Uber presente nos taxistas e em muitos outros negócios. Nesse novo modelo, desaparece o gerente da cooperativa de táxi que fiscalizava o estado do carro e o comportamento do taxista. Hoje, tudo é feito pelo próprio cliente, através de estrelinhas e comentários na plataforma da uber. Portanto, maior do que o fim hegemônico do poder dos líderes, será assistir a morte de muitos deles, ao serem substituídos pela inteligência artificial que se expandirá velozmente nas próximas décadas. Talvacy Chaves para o 60 minutos.

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