Relação de amor e ódio com a tecnologia


Boa noite Fernando e ouvintes da 98fm. O comentário de hoje aborda a nossa relação de amor e ódio com a tecnologia.

“Esforçai-vos para entrar pela porta estreita, porque a larga é a porta que leva à perdição, diz Jesus no Evangelho”. Da mesma forma, esforcemos para fazer das tecnologias que estão ao nosso alcance uma aliada para o nosso crescimento humano, espiritual, moral, intelectual e cívico, porque a mesma tecnologia que salva pode também matar, a mesma tecnologia que liberta, também escraviza, a mesma tecnologia que reforça e aumenta nossas relações humanas, também nos isola, nos aliena e nos distancia dos outros.

A chegada de uma nova tecnologia na sociedade é como a cabeça criativa e livre de um artista plástico ou de um músico compositor estilo rock and roll. Eles balançam e inquietam a zona de conforto de uma cultura, de uma comunidade, sobretudo, o status quo das instituições tradicionais, como a família e a religião.

Essa relação de amor e ódio do homem com a tecnologia é tão antiga quanta a humanidade. Séculos antes da era cristã, o filósofo Sócrates já havia revelado seu ódio com a invenção da escrita. Dizia ele que o livro atrofiaria o cérebro do homem, reduziria a memória. Se antes da chegada da escrita, tudo era guardado na memória do cérebro, com a escrita, o homem transfere o seu saber para a memória do livro e, ultimamente, transfere seus conhecimentos para a memória do celular ou do computador.

É fato, podemos com a tecnologia da escrita escrever uma declaração de amor a alguém e com a mesma escrita uma declaração de ódio, de racismo, de intolerância. Da mesma forma, com uma faca, que também é tecnologia. Com ela podemos cortar o queijo ou descascar uma manga, mas também, com a mesma faca podemos cortar a orelha de uma pessoa ou matar alguém.

Assim como tem milhões de pessoas transformando suas vidas com o uso inteligente do celular, usufruindo do que há de melhor nele, aprendendo línguas novas, fazendo cursos gratuitos em diversas áreas do conhecimento, criando blog ou outra rede social para propagar suas ideias, seus produtos, suas crenças, da mesma forma, tem milhares de pessoas que usam o celular de forma “estúpida”, para alimentar seus vícios, para difamar e propagar ódio, para cometer crimes, prostituir-se, alienar-se e tantos outros males.

Enfim, a finalidade do uso da tecnologia está em nossas mãos. Decidimos nós se a usamos como aliada para o nosso bem e o bem do outro ou se a usamos para nos autodestruir e destruir o outro. Afinal, você decide se quer alimentar uma relação de amor ou de ódio com a tecnologia, se quer usá-la para salvar ou perder a sua vida. Talvacy Chaves para o 60 minutos.

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