O papel da internet no combate ao coronavírus


Boa noite Fernando Magalhães, boa noite ouvintes do 60 minutos. 

O papel das novas tecnologias no combate ao coronavírus é o tema do meu comentário de hoje.

O susto causado pelo coronavírus no mundo tem seu lado triste e tem também o seu lado de aprendizagem e amadurecimento humano. Milhões de pessoas, sobretudo na Europa, passarão vários dias retirados em suas casas, proibidos de sair nas ruas, de passear em shoppings, bares, igrejas, escolas. Em uma sociedade do consumo desenfreado, de concorrência desumana, de ruas congestionadas, de muito barulho e estresse, parar, silenciar, ficar semanas longe do estresse do trabalho, pode nos fazer pensar sobre o verdadeiro sentido da vida, pode aumentar a nossa taxa de humanidade; pode ajudar a pensar mais sobre o cuidado com o próximo, pode ajudar a elevar as reflexões sobre nossas atitudes egoístas, nossas indiferenças, nossas visões superficiais e preconceituosas sobre o outro, sobre as tecnologias midiáticas e sobre a realidade em geral.

O risco de contaminação do coronavírus pode nos fazer refletir sobre a importância das tecnologias midiáticas disponíveis. Os governos, negócios, universidades, igrejas, famílias, todas as instituições continuam mantendo relações entre si por meio das redes sociais. Esse é o principal apelo dos governos na Europa: evitem contatos físicos, usem as redes sociais para se comunicar, informar, trabalhar, interagir e rezar.

Diante de dilemas humanos assim, o que diriam aqueles fazedores de opinião, que gastam a maior parte das suas energias e do seu tempo falando negativamente das mídias digitais, afirmando que elas vieram para provocar o caos, destruir as relações verdadeiras, fomentar o lado diabólico do ser humano. Talvez os mesmos jornalistas e fazedores de opinião que satanizavam as redes sociais, agora, por questão de sobrevivência, mudam de retórica, pedem para todo mundo ocupar não as ruas e praças físicas, mas as ruas e praças virtuais. Pedem para se relacionar, comprar, estudar e trabalhar por meio das plataformas digitais.

Graças ao desenvolvimento das novas tecnologias, evitaremos que um terço da humanidade desapareça da face da terra, como aconteceu com a pandemia da peste negra no século XII. Sem o auxílio de tecnologias inteligentes, o principal refúgio do povo, que vivia na era da cristandade, era Deus, transmitido hegemonicamente pela igreja católica. Se somente Deus podia eliminar a peste negra, todo o povo europeu correu para as igrejas. E como a doença era contagiosa, transmitida pelo contato humano, as igrejas superlotadas se tornaram um dos principais ambientes de contaminação da peste negra.

Em nossos dias, com os avanços tecnológicos, mudamos a forma de pensar. O papa Francisco, o chefe da Igreja católica, foi o primeiro a fechar a sua praça, onde se reúne semanalmente com os fiéis. E por meio das tecnologias midiáticas, o papa pediu para que os padres da Itália fizessem o mesmo, evitassem abrir as igrejas para rezar missas nas próximas semanas.

Diferente de como pensam os pessimistas de plantão, graça ao poder informacional e tecnológico de hoje, não teremos mais guerra, peste e fome na proporção das existentes nos séculos anteriores. No próximo ano, 2021, a ciência já prevê uma vacina que cura, definitivamente, a pessoa contaminada pelo corona vírus. Enfim, as tecnologias em geral, quando usadas corretamente, podem salvar a humanidade de viroses e de qualquer outra pandemia.  Talvacy Chaves para o 60 minutos.

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