Em tempos de WhatsApp, isolamento social não existe

Estamos distantes fisicamente, mas nunca na nossa vida estivemos tão unidos afetivamente e espiritualmente, como nesses dias de quarentena. O medo da pandemia e a incerteza do que pode acontecer comigo e com as pessoas que amamos nos sensibilizam a estreitar mais ainda nossos laços afetivos com nossos pais, irmãos, sobrinhos, familiares e amigos em geral.

Filhos que passavam semanas sem se comunicar com seus pais e avós, agora, graças ao WhatsApp, estão falando diariamente ou a cada dois dias. Se conectam para saber como estar a saúde dos familiares, se estão em quarentena, se tem algum sintoma do covid 19, enfim, mesmo distantes fisicamente, querem estar próximos.

Se, para uns, a quarentena aumentou a solidão, para outros diminuiu drasticamente. Se antes da pandemia, muitos pais e avós idosos ficavam isolados em suas casas, muitos deles vivendo na zona rural, longe dos seus filhos e netos, passando semanas e até meses sem receber uma visita dos seus familiares, agora, na quarentena, os filhos e netos estão, afetivamente, bem mais próximos deles, seja por meio da presença física ou por meio da presença virtual nas redes sociais.

Seguramente, todos nós aprenderemos muito com a crise atual que estamos vivendo. Aprenderemos a ressignificar as coisas que realmente são caras e preciosas em nossas vidas e aquelas que são periféricas e supérfluas. Voltaremos a colocar no centro das nossas energias, no centro da nossa atenção, a vida das pessoas, sobretudo, as pessoas que amamos, familiares e amigos.

Com a quarentena, aprenderemos que, por meio do WhatsApp e outras mídias digitais, podemos diminuir a nossa solidão e a solidão das pessoas que fazem parte dos nossos ciclos afetivos. Aprenderemos que solidão não é sinônimo de estar fisicamente sozinho, mas, de não contar com ninguém na vida, seja fisicamente ou virtualmente. Independente se a pessoa estar próxima ou distante fisicamente, o que todos nós desejamos é saber que tem alguém nesse mundo que nos escuta, nos dar atenção, nos dar afeto, nos respeita e, acima de tudo, nos ama.

Portanto, consciente que podemos, através do WhatsApp ou outras mídias sociais, reduzir ou até acabar com a solidão tóxica que sofrem muitos familiares e amigos que estão fisicamente distantes, resta-nos reimpostar o modo como vivemos no ambiente digital e reservar, periodicamente, aquele precioso tempo na internet para conversar, rezar, amar e ser feliz na companhia das pessoas do nosso convívio social. Talvacy Chaves para o 60 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CONVITE - Festa de Nossa Senhora de Fátima 2014

Por que um meio de comunicação quente é frio? McLuhan explica.

Reflexão da noite de Natal - Deus com saudade da gente