WhatsApp e Sindicato na Greve: 7x1

O porta-voz da greve dos caminhoneiros foi o #WhatsApp, não os sindicatos.

Assim como os políticos não representam mais o cidadão e cidadã, os sindicatos não representaram os caminhoneiros na articulação da recente greve. A metodologia dos sindicatos está obsoleta, precisa ser radicalmente desconstruída. Não se trata de melhorar, trata-se de mudar tudo, caso os sindicatos queiram continuar sendo úteis na era da autocomunicação digital. 

45% da mobilização da greve dos caminhoneiros foi articulada pelo WhatsApp e apenas 1% foi convocado por sindicatos e associações espalhados pelo Brasil, revelou a pesquisa coordenada pelo professor Fabrício Benevenuto da UFMG e Yasadora Córdoba da Universidade de Havard nos Estados Unidos, publicada pela BBC Brasil.

O acordo sujo que Temer buscou fazer com os sindicatos no quarto dia da greve foi barrado, não pelos sindicalistas, mas pela autonomia comunicativa dos caminhoneiros nas mídias digitais. "Se não tivesse o WhatsApp, eu creio que o governo já tinha enganado a gente há dias. O governo ia na televisão dizer que a greve acabou. Até um caminhoneiro conseguir se comunicar com outro, já tinha tudo mundo ido embora, tinha acabado a greve. Agora, a gente assistiu a nota do presidente e já passou informação para os grupos de WhatsApp: não acabou não", explica o caminhoneiro Moisés Oliveira.

"Não era um movimento institucionalizado, respondendo a sindicatos e associações. Eram caminhoneiros que se esgotaram com o aumento do preço dos combustíveis e começaram a parar (de rodar). A comunicação deles por WhatsApp permitiu que se formasse uma onda muito rápida no Brasil inteiro", disse Costa, presidente da OAB de SP.

Fake news, pedidos de intervenção militar, gritos dos dois lados: de um, caminhoneiros culpando o PT pela crise, do outro lado, diziam que a crise começou porque o PT saiu do governo. Ou seja, as mídias sociais democratizam e dar poder de voz a tudo aquilo que expressamos: nossas posições ideológicas, crenças, interesses pessoas e coletivos. Enfim, as mídias sociais dão asas aos anjos e demônios que habitam dentro da gente. 


Prognóstico


Entre tantas mídias, o WhatsApp nas eleições deste ano será o cabo eleitoral mais poderoso, com maior poder de voz. 60% da população brasileira usa o zap, bem acima da média mundial, de 15%. 

Por isso, atenção candidatos, qualquer pitaco soltado por vocês vai cair no zap, vai virar meme, risos, aplausos e críticas, e dependendo do teor do “pitaco”, pode ser vital ou mortal. Não há maquiagem, recortes, malandragem, assim como, habitualmente, fazem nos discursos demagógicos de rádio e tv.

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