Escola de Toronto - casamento agendado

Marshall McLuhan - o profeta da era digital
Quando se tem o intuito de analisar qualquer objeto ou área de estudo, é fundamental ancorar-se em alguma corrente de pensamento, para não ficar nadando à toa, no mar de filosofias e teorias presentes no ambiente acadêmico. Nesse sentido, no campo da comunicação, há várias escolas, de forma que cada uma segue uma tendência bem como uma filosofia e a sua devida importância.
Durante o período em que estudei na universidade, pesquisei vários teóricos e fiquei mais ancorado na Escola de Comunicaçãode Frankfurt, que, em geral, busca fazer uma análise crítica dos meios de comunicação de massa. 
Porém, foi com a Escola de Toronto que me identifiquei, pelo fato de perceber, nela, uma resposta mais aproximada aos fenômenos sociais que emergem com a expansão das mídias sociais digitais.
A minha adesão ao pensamento da Escola de Toronto se deve, em primeiro lugar, à lógica usada nos argumentos sobre os efeitos de uma nova mídia na sociedade. Por exemplo, com o intuito de explicarem o que a chegada da eletrônica significa na cultura, os estudiosos da Escola de Toronto recorrem à História, a fim de perceberem as influências e os impactos que aquela nova mídia causa em nosso meio.
Em segundo lugar, apresento dois teóricos da comunicação que me influenciaram a acatar a escola de comunicação, neste texto em foco: Pierre Levy, um filósofo francês da cultura digital, além do professor e consultor de mídias sociais, Carlos Nepomuceno, a quem considero, no Brasil, o melhor intérprete da Escola de Toronto.
Nessa perspectiva, Pierre Levy foi uma das fontes de pesquisa que fundamentou  minha tese de bacharelado e mestrado. Na minha concepção, ele é o filósofo da sociedade-rede, aquele que melhor preparou o homem para navegar no mar digital. No início da década de 90, escreveu o livro O que é o virtual?. Daí em diante, não parou de pesquisar e publicar. Dentre as várias obras, destaco Cibercultura, um clássico do fim do milênio, que traduz, divinamente, o sentimento que vivemos hoje, quinze anos após sua publicação, no ambiente digital. 
Além de Pierre Levy (1956, até agora) e de Carlos Nepomuceno, tenho tido acesso a outros teóricos ligados à Escola de Toronto e a alguns dos seus livros: Marshall McLuhan (1911-1980); o padre jesuíta americano Walter Ong (1912-2003); Harold Innis (1894-1952) e Eric Havelock (1903-1988). 
Sinto-me noivo com esses pensadores e pretendo, nos próximos meses, aquecer, ainda mais, minha relação com eles, tendo em vista um futuro casamento. Quanto mais conheço esses pesquisadores, quanto mais me divirto com suas narrativas, mais eles me convencem que são importantes para eu entender a revolução cognitiva proporcionada pela chegada de mídias disruptivas, a exemplo da que ora vivemos, mediante o advento da cultura digital.
Observação: Não estranhe quando ouvir alguém por aí chamando a Escola de Toronto de Escola Canadense de Comunicação - Isso acontece.

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