Palavra de abertura do Retiro Missionário da Paróquia de Fátima

Íntegra da mensagem de abertura do Retiro Paroquial

Querido povo de Deus da paróquia de Fátima, boa noite!

Coincidência ou providência? Por que exatamente na semana do Retiro Missionário cai do céu a primeira encíclica do papa Francisco?
Por que a sua encíclica sobre a alegria do anúncio do Evangelho é assim tão importante para o nosso Retiro Missionário e para o futuro da nossa caminhada missionária?

Para mim, a encíclica do papa cai na semana do retiro da mesma forma como cai das nossas mãos um vidro de perfume no chão do nosso quarto, exalando assim aquele cheiro gostoso na casa toda. Penso que não haveria outro aroma mais cheiroso pra perfumar todo o nosso retiro do que a encíclica “Evangelii Gaudium”. (Todo mundo sabe, o perfume encanta, apaixona. Muitos namoros e casamentos começaram graças ao cheiro do perfume do amado ou da amada).

Por isso, gostaria neste momento, introduzir nosso retiro, soltando apenas algumas pitadas do perfume da encíclica do papa Francisco. Espero que esse pouquinho de perfume derramado neste ambiente seja suficiente para nos apaixonar pela beleza da Encíclica e, noutro momento, lê-la e remoê-la à vontade.

I. A missão na Encíclica

1. Introduz o papa: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus”. A alegria do anúncio do Evangelho renasce na experiência pessoal e comunitária que o discípulo missionário faz/vive com Jesus Cristo.

2. "Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo": os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial.
Essa reforma estrutural só acontecerá, diz o papa, quando toda a Igreja se tornar mais missionária, mais comunicativa e aberta, onde todo o povo de Deus possa viver em atitude constante de “saída”.

3. A Igreja «em saída», explica o papa,  é uma Igreja com as portas abertas.
"Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento”.
Quando a pessoa "se fecha nos próprios interesses – diz o papa – deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem.”

4. "Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo”.
5. Para o papa, quem são os destinatários privilegiados da missão? “Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, a missão deve chegar a todos, sem exceção. Todavia, diz o papa, "quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: não tanto para os amigos e vizinhos ricos, mas, sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, «àqueles que não têm com que te retribuir» (Lc 14, 14). Hoje e sempre, «os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho», e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer. Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!

6. Por último, "não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!" (80 ); "Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização!" (83); "Não deixemos que nos roubem a força missionária!" (109). 
Com essas exortações imperativas, o papa nos alerta e nos convida a sonhar juntos com ele: de fazer valer a “transformação missionária da Igreja" que ele deseja.

II. Nossos sonhos, nossas prioridades

Queremos a partir deste retiro injetar em nossas veias o sangue de discípulos missionários; queremos voltar próximo domingo pra nossas comunidades não mais como um simples cristão batizado, mas como um discípulo missionário apaixonado por Jesus e pela comunidade. Queremos fazer da nossa paróquia a cara da Igreja do Papa Francisco e da Igreja latino-americana.
Para que isso aconteça sonhamos escolhendo, entre outras coisas, três prioridades para os próximos anos:
1. Formação – criar em nossas comunidades a cultura do estudo, a cultura da leitura existencial da fé e da vida, bem como, a leitura orante e popular da Bíblia.

2. Descentralização – trabalhar a autonomia, a liberdade e a participação dos leigos nas decisões da comunidade. Para isso, faz-se necessário a formação dos conselhos comunitários de pastoral (CCP) e do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP).

3. Missão – fazer de toda a paróquia de Fátima um território permanente de missão. Despertar em cada batizado e batizada o sentimento de pertença e a consciência de discípulo missionário.

III. Luis Mosconi, nosso formador

Para nos ajudar a realizar esses sonhos e prioridades, contamos com a presença amiga de um dos missionários mais cobiçados e queridos da Igreja latino-americana.
Ele é um padre que tem um corpo italiano e uma alma brasileira. Nasceu e cresceu na Itália, porém desde 1967 vive aqui no Brasil. Atualmente faz missão em Belém do Pará.

A convite do papa João XXIII, o animador do nosso retiro teve a honra de participar do Concílio Vaticano II, quando ele ainda era seminarista.

Chegando ao Brasil, no final da década de sessenta, dedicou-se quase que exclusivamente à formação das Comunidades Eclesiais de Base. Desde 1989, tem um caso de amor incondicional com as Santas Missões Populares. 

É autor de vários livros, entre eles, destacamos o manual das Santas Missões Populares e o último lançado: “A vida é Missão. Para uma missiologia mística popular”.
Com muita alegria acolhemos o animador do nosso retiro paroquial, padre Luis Mosconi.

Seja Bem-vindo, a paróquia de Fátima é a sua casa. Fique à vontade e bom retiro.


Pe. Talvacy Chaves

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