O Estado é o maior violador dos direitos humanos

Hoje, faltou só você. A 5ª Semana Social continua amanhã, 13 de abril, no mesmo local, Biblioteca Municipal, a partir das oito da manhã.  

Hoje à noite, construímos uma florida cocha de retalhos, cada participante trouxe seu pedacinho de pano, no final, a cocha ficou impecável. Foi essa a imagem que criei nesta noite na abertura da 5ª Semana Social, na Biblioteca Municipal de Mossoró. Muitas bandeiras, representando diversos movimentos sociais, pastorais e outras esferas, apoiando e participando da 5ªSSB. 

A fala do assessor João Paulo despertou uma rede de interação. O debate foi bem informal e participativo. João Paulo falou do Estado que temos. Começou afirmando que este Estado foi edificado pela burguesia no século XVI e, que tinha como função principal pacificar a sociedade burguesa. Portanto, o Estado, desde a sua origem, não foi pensado pra cuidar da vontade geral da nação, mas, de uma classe privilegiada, elitizada. 

E esse modelo de Estado continua até hoje. Pra exemplificar, o assessor citou o nosso Estado que, há 60 anos, vive refém de três velhas oligarquias: Alves, Maia e Rosado. “Um Estado assim tem efeito pior que o da seca”, enfatizou o assessor. E não é fácil edificar um outro Estado porque os aparatos que o protegem são todos conservadores; o primeiro deles é o Direito. "Estado, burguesia e Direito andam juntos". 

Para alimentar a nossa esperança e continuarmos acreditando na organização popular, João Paulo exaltou o pioneirismo do RN na participação popular e no protagonismo de grandes projetos sociais e eclesiais. Algumas delas: 

- No RN foi feita a primeira experiência de Cebs, comunidades eclesiais de base; 

- No RN foi feita a primeira experiência do Meb, Movimento Educação de Base; 

- No RN Paulo Freire introduziu o modelo revolucionário de Educação 
Popular. 

Após a fala do assessor, muitas pessoas de diversos setores da sociedade - da educação, da saúde, do trabalho, da política, entre outros - revelaram, com experiência e dados, a falência do poder público frente à demanda do povo. 

A indignação ficou mais aquecida quando revelaram:
  •  A situação do transporte público em Mossoró. Numa população de mais 270 mil habitantes, apenas 34 ônibus; 
  • A saúde pública é uma das maiores violações que o Estado comete, diariamente, na vida do povo, descaso total; 
  • O sistema carcerário é um dos piores do país. Dados apresentados pelo assessor revelam que o RN é o quinto Estado que mais tortura presos; 
  • A violência e a criminalidade em Mossoró estão bem acima da média nacional. Somente neste ano, 46 pessoas foram assassinadas.
Diante desse Estado, ágil para atender as demandas do grande capital e lento ou inexistente para responder à demanda do povo, o assessor conclui dizendo que o Estado é o maior violador dos direitos humanos.

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