Francisco é o seu nome

Num Vaticano – com algumas figuras eclesiásticas caracterizadas pelo poder, pelo carreirismo, pela ostentação, pelas vaidades do mundo materialista – de repente, de onde não se esperava, aparece um papa latino-americano, com uma veste sem brilho, banhado de simplicidade e amigo dos pobres, que anda em transporte público e vai pra cozinha lavar prato e fazer suas refeições, é, sem sombra de dúvida, uma ruptura de paradigma na história milenar dos seus antecessores. 

Não será um papa progressista, (palavra em extinção na Igreja). Na Argentina o definem como um "conservador popular", isto é, zelador das doutrinas, forte defensor dos valores eclesiais e, ao mesmo tempo, sensível aos sofrimentos dos pobres: gosta de visitar os doentes, hospitais, presídios, orfanatos, fazer caridade. 

Penso que deste novo papa não veremos novidades na relação que a Igreja vem tendo ultimamente com as minorias, com os direitos humanos, com a posição em relação à união de pessoas do mesmo sexo. Preservará o mesmo discurso que a Igreja vem tendo sobre o aborto, o uso de preservativo, sobre o celibato, ordenação de mulheres, entre outros. 

O papa Francisco não é político e evita falar de política. Tinha uma relação muito diplomática e áspera com a política argentina. Durante o Regime Militar (1976-82), como quase toda a Igreja Católica na Argentina, Bergoglio preferiu a via do meio ou aquela do silêncio. Não ousou enfrentar a ditadura como fizeram aqui no Brasil, Dom Paulo Evaristo, Dom Hélder Câmara, Dom Aloísio e até nosso querido Dom Freire. 

Francisco é o seu nome. Uma palavra que fala por si só, não combina muito com o que vemos no Vaticano: as vestimentas pomposas, poltronas douradas, tapetes gigantes, etc. Francisco de Assis, no início do século XIII, com seu exemplo de despojamento e pobreza, queria dizer para a Igreja do seu tempo, que o homem de Nazaré, Jesus Cristo, também foi pobre, despojado e, portanto, assim também deveria ser a sua Igreja. 

Penso que o papa Francisco, nesse sentido, fará grandes reformas internas. Por ser um homem coerente nos seus princípios e de forte personalidade, vai também revelar o seu perfil de papa despojado e simples dentro da cúria romana e de toda a máquina do Vaticano. Creio que os "homens do vaticano" vão ralar e resmungar muito pra adaptar-se à nova linguagem e ao novo estilo de vida do Francisco dos nossos tempos. 

Por haver divisões e conflitos de interesses nos corredores da cúria romana, o novo papa deverá fazer reformas no campo administrativo e econômico, buscando assim, revelar para o mundo católico, uma administração mais transparente e franciscana. 

Penso também que o papa argentino será mais ousado e dogmático frente aos escândalos de pedofilia na Igreja. Estará muito atento aos ecos doentios, no campo moral, que ferem a identidade e missão da Igreja Católica. 

Fiquei emocionado, rezei quando ele, o papa, aquele que abençoa em nome de Cristo, curvou-se diante da multidão e pediu que o povo o abençoasse. Naquele instante rezei tuitando o seguinte: "Que o espírito profético e libertador de São Francisco envolva e acompanhe o pastoreio do novo FRANCISCO para enfrentar os desafios da Igreja do século XXI". 

Achei arrepiante o seu rosto sereno, simples e acolhedor. Suas primeiras palavras revelam um papa que quer caminhar de braços dados, juntos. Em nenhum momento usou o "eu", mas sempre o "nós". Isso revela um papa, um líder descentralizador, que não quer salvar o mundo sozinho. 

Muitos outros sinais comunicam um papa diferente da estrutura secular montada para acolher os papados. No primeiro dia, não quis vestes medievais, nem cruz de ouro. Penso que, pela primeira vez, um papa se apresenta com uma cruz peitoral de madeira. São gestos simples, mas que revelam mensagens profundas. 

Depois, é um homem orante e jesuíta, vem de um país nosso, latino-americano, quebrando uma tradição milenar de papas eurocêntricos, sobretudo, italianos. 

Juntos, católicos e humanidade inteira, unamos nossas mãos e caminhemos ao lado do nosso querido papa Francisco, com um só anseio: fazer ecoar no mundo o bem, a fraternidade, a justiça e a paz, realizando desse modo, o sonho de Jesus Cristo e o sonho de São Francisco de Assis. 

Comentários

  1. PRIMO O Q VC SENTIU ACHO Q MUITA GENTE SENTIU TABEM,EU QUANDO ESCUTEI AS PRIMEIRAS PALAVRAS E VENDO ATITUDES DO NOVO PAPA ME ARREPIEI E ME EMOCIONEI ,COISA Q NENHUM PAPA ME FEZ SENTIR,O Q ELE PASSOU FOI UM PAPA MAIS HUMILDE,NÃO QUERENDO MOSTRAR PARA O POVO Q ELE ERA O NOVO CHEFE DA IGREIJA MAIS MOSTRANDO Q SERIA A NOVA FERRAMENTA DE DEUS,NÃO MOSTROU EM NENHUM MOMENTO Q ELE ERA UM HOMEM PODEROSO Q TODOS DEVERIA SE AJOELHAR PARA RECEBER UM ORAÇÃO MAIS SIM ELE Q DEVERIA TER A AJUDA DE TODOS,Q ELE NÃO MANDARIA MAIS Q SERIA MANDADO ,POIS A IGREIJA É DE TODOS ,Q DEVERIA SER RESPEITADO MAIS ACIMA DE TUDO ELE RESPEITANDO,NÃO SEI EXPLICAR MELHOR MEU SENTIMENTO SÓ POSSO TE DIZER Q ME EMOCIONEI E SENTI NO MEU CORAÇÃO UMA COISA MUITO BOA EM RELAÇÃO A ESTE PAPA,VOU REZAR MUITO POR ELE PARA Q DEUS DE SABEDORIA E TOLERANCIA PARA Q ELE CONSIGA FAZER O PAPEL PARA QUAL FOI ESCOLHIDO,POIS NÃO VAI SER FACIL ,Q FRANCISCO NOSSO NOVO PAPA CHEGUE CHEGANDO BJSSSSSSSSSSS

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