Reivindicação e Propostas para o combate aos efeitos da seca

Hoje, pela manhã, no Centro de Treinamento, em Mossoró, a Igreja juntamente com as forças sindicais, movimentos sociais, representantes da câmara municipal de Mossoró e outras entidades, discutiram a problemática da seca, apresentando propostas concretas e reivindicando do Governo ações emergenciais no combate aos efeitos devastadores da seca. 


Além de Mossoró, houve a participação de várias cidades da região: Baraúna, Apodi, Grossos, Upanema, Messias Targino, Campo Grande e outras. 

Embora esse encontro tenha chegado muito tarde, após um ano do início da seca, vimos que ainda podemos, juntos, unindo nossos anseios e indignações, engrossar nossas ideias e propostas e pedir ao Estado prioridade, agilidade e compaixão pelas vítimas da seca. 

Ficou evidente na fala dos participantes que é necessário mobilizar a sociedade e colocar o povo na rua, porque o governo que temos só funciona na pressão. "Tá comprovado que o governo só trabalha por meio de pressão popular" disse Flaviano, coordenador do Centro Juazeiro. 

Foi levantado também que o problema não é financeiro. O Governo Federal disponibilizou bilhões para a estiagem no Nordeste. Somente o governo do RN tem 800 milhões para investimentos. Como veremos abaixo, nas propostas, um dos grandes entraves - para que esse dinheiro chegue lá na ponta, lá no bucho dos animais, lá na mesa do agricultor - é a questão da burocracia no acesso aos créditos emergenciais. 

E tem mais, destacou um dos participantes - "o que vemos são programas emergenciais acanhados, que viciam e não resolvem os problemas, e o pior, destinados apenas a uma pequena parte da demanda" 

Além do sentimento de esperança e, ao mesmo tempo, de indignação por parte dos participantes do encontro desta manhã, surgiu também uma chuva de propostas. Abaixo, apresento as mais relevantes: 

  • Perfuração de poços, manutenção dos que já estão em funcionamento e construção de pequenas barragens; 
  • Abastecimento das comunidades localizadas próximas às adutoras; 
  • Abastecer as mais de 55 mil cisternas de placas espalhadas no RN; 
  • Construção de barragens subterrâneas com poços amazonas; 
  • Garantir urgentemente água e comida nos municípios em estado crítico; 
  • Desburocratização do acesso aos créditos emergenciais; 
  • Preparar um documento com nossas propostas e reivindicações e entregar aos governos das três esferas: Federal, Estadual e Municipal; 
  • Criar nos municípios o conselho de segurança alimentar e nutricional. 
  • Cobrar da Petrobrás informações a respeito dos poços perfurados e abandonados nos municípios; 
  • Aumentar o número de carros pipas; 
  • Provocar uma audiência pública na Câmara Municipal de Mossoró, com a presença do BNDS, BB, Universidades, AGN, CDL, Igrejas pra viabilizar medidas urgentes; 
  • criar um plano de contingência contra a seca; 
  • Criar um fórum permanente para discutir ações sustentáveis estruturantes e a convivência com o semiárido; 
Por fim, uma proposta abraçada por todos: Refazer o caminho das águas dos dias 12 à 19 de março deste ano. A ideia original do “caminho das águas” pertence ao Monsenhor Expedito, conhecido como o "profetas das águas" do RN. No final do século XX, ele sonhava vendo todo o Estado irrigado através de construção de adutoras. 

Desta vez, o objetivo central da caminhada, passando por oito cidades do Estado, é a criação de um Programa Estadual de Universalização da água. As datas para a realização dos seminários são:

Dia 12 em São Paulo Potengi; dia 13 em Santa Cruz; dia 14 em Currais novos; dia 15 em Caicó; dia 16 em Pau dos Ferros; dia 18 em Apodi e dia 19 em Angicos.
Essa caminhada será coordenada pela ASA (Articulação do Semiárido).

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