Encontro sobre a seca em Natal: indignação, unificação e propostas

Representantes da Igreja Católica das três dioceses do RN, lideranças dos principais movimentos sociais, representante da OAB/RN estiveram nesta manhã de quinta-feira, 31, reunidos no Centro Pastoral da Arquidiocese - subsolo da Catedral de Natal. 

O objetivo principal: sensibilizar e articular a sociedade para reivindicar e cobrar do governo ações urgentes em defesa do povo que está sofrendo com os efeitos da maior seca dos últimos trinta anos. 


No encontro desta manhã ecoaram vários tons vindos de diversas entidades presentes: tom de indignação contra um governo insensível à realidade do povo que sofre com a seca; tom de impotência por bater na mesma tecla, repetidamente, e não conseguir ver nenhuma resposta concreta por parte do Estado. Mas também, tom de esperança e fé, ou seja, embora seja visível um tom de descrença e comodismo, ainda acreditamos que o povo articulado e organizado, poderá ver seus direitos respeitados. 

Após ouvir os anseios, angústias e propostas da assembleia, os moderadores do encontro sugeriram a criação de uma comissão para sistematizar as propostas construídas nesta manhã e outras já elaboradas nos últimos documentos apresentados pela ASA (Articulação do Semiárido), Cáritas e outras entidades civis. 

No encontro, algumas lideranças enfatizaram que o governo que está aí só funciona na base da pressão. Daí, o passo urgente que precisa ser dado é o de unificar todas as forças vivas do Estado, os sindicatos, os conselhos municipais, as associações, a Igreja para reivindicar do governo medidas urgentes e concretas para amenizar o sofrimento do homem do campo. 

O anseio dos agricultores, a curto prazo, é um só: queremos água pra agricultura, queremos água pra beber, queremos água para os nossos animais e queremos, sobretudo, projetos sustentáveis para que a gente, na próxima seca, não seja preciso ouvir a mesma ladainha, bater nos mesmos problemas. 

Foram apresentadas algumas medidas urgentes: encher com água potável as mais de 50 mil cisternas de placa; aumentar o número de carros pipas, ativar os poços já perfurados e furar centenas de outros em todos os municípios que sofrem com a falta de água. 
Na ocasião, perguntaram pelos 300 milhões de reais destinados para a reativação e perfurações de poços no Estado. Alguém sabe o destino e como esse dinheiro está sendo aplicado? 

Uma proposta apresentada e acatada por unanimidade nesta manhã foi o de fazer uma grande mobilização na Capital, por ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade, dias 14 e 15 deste mês. A comissão escolhida ficou de amadurecer essa proposta, com a missão de unificar e articular todos os movimentos, sindicatos, Igreja e organismos com o objetivo de reunir milhares de pessoas na governadoria para, juntos, ecoar um grito de protesto contra a lentidão e a indiferença do Estado para com o povo da roça. 




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