Cadê o Estado?
Amanhã, nós, pastorais sociais da Diocese de Mossoró estaremos em Natal, junto com o Fórum do Campo Potiguar e a ASA (Articulação do Semiárido) para discutir e mobilizar a sociedade em geral com o objetivo de reivindicar do Estado ações efetivas que diminuam o sofrimento do povo e dos animais que sofrem com os efeitos da seca.
Até agora, o governo tem apresentado muita propaganda e pouca ação. Fala-se de investimentos em adutoras, mas sabemos que elas resolvem uma pequena parte da demanda, e mais, as adutoras só terão resultados concretos quando cair chuvas. Enquanto não, o agricultor, que já vem sofrendo há tempo com a estiagem, não terá condições de criar o resto de animais que ainda sobrevivem, além de faltar água para o próprio consumo humano.
O tempo agora é de emergência, não dá mais para esperar. Os animais estão morrendo em massa, os agricultores estão desesperados. A pergunta misturada com angustia e revolta é: até quando vamos continuar assistindo passivamente as cenas de morte e de abandono da nosso gente, no interior do nosso RN? Por que a seca não é prioridade nos investimentos do governo? Ainda estão esperando o quê?
Mais do que pensar estratégias a longo prazo pra conviver com o semiárido – discurso indispensável para vivermos sem desespero nas próximas estiagens – o momento agora é: água, água e água pra salvar a nossa gente.
Não basta encher as 50 mil cisternas de placas espalhados no RN. Penso que uma resposta urgente que poderia amenizar parte do problema seria a perfuração de poços nas comunidades. Investir sem medo em centenas de poços comunitários para que o povo possa ter água suficiente, não somente para consumo humano, mas para os animais e pequenas plantações.
Já passou o tempo da gente se organizar e botar o mundo ouvir os clamores dos nossos agricultores. Sem pressão, o governo que está aí não trabalha. Já percebemos que o governo não tem o menor interesse e sensibilidade pela classe trabalhadora, menos ainda, pelos pequenos agricultores.
Porém, também já somos conscientes que o governo morre de medo do povo organizado, do povo que vai às ruas e praças do Estado, reivindicar seus direitos.
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