Candidatos de Mossoró nas Redes Sociais: Para quê?


Muitos dos candidatos a vereadores e prefeitos de Mossoró estão nas mídias sociais não por vocação, mas por obrigação. Sentem-se forçados, muitas vezes, por seus próprios assessores, a estar presentes nas redes sociais. Cheguei a essa conclusão, após analisar, de forma parcial e subjetiva, dezenas de  contas de candidatos de Mossoró no Twitter e Facebook.
A migração de certos candidatos às redes sociais, especialmente, para o Twitter, foi feita, exclusivamente, para usar somente no período da  campanha política. Muitas dessas contas são administradas por seus assessores, ou seja, a foto e os dados no Twitter e Facebook são do candidato, mas quem as administram são terceiros.
Boa parte desses candidatos não entende e não dá o devido valor às redes sociais. Por isso, parto da hipótese de que, eles estão nas redes não para conversar com o eleitor, nem ouvir suas críticas e propostas, mas para fazer, quase que exclusivamente, publicidade de suas campanhas.
No geral, os candidatos não manifestaram nenhum interesse em querer debater seus programas de governo com o cidadão da rede. Usam as hashtags (#) no Twitter, não para criar discussões em torno de questões de interesse do eleitor, mas apenas para vender seus "slogans" de campanha.
O “medo” pode ser um dos principais fatores que sepultam o diálogo do candidato com o cidadão na rede. Sabemos que o eleitor nas mídias sociais é mais direto e desinibido pra criticar, questionar e reivindicar seus direitos. Por isso, os candidatos evitam criar debates através de hashtags (#), de perguntas, de fóruns de discussão, de conferências online, através das ferramentas, como Twitter, Google+, Facebook, etc.
Com isso, percebe-se que os candidatos e suas equipes não entenderam ainda qual é o poder da conversação, desconhecem alguns princípios que regem as relações sociais na Internet tais como: a transparência, a honestidade, a humildade, a reputação. Muitos não sabem que, a prática da demagogia feita por muitos candidatos na velha mídia, não tem sucesso nas redes sociais.
Os candidatos entram nas redes, mas não entendem a dinâmica e a natureza das mesmas. Continuam usando a mesma linguagem unidirecional do rádio, do jornal impresso e da tv. No Twitter, usam até as numerações (1,2,3...) para descrever um artigo que foi publicado em um jornal impresso, ou para descrever seus programas de governo.
As redes não foram pensadas para vomitar conteúdo de forma vertical. Se o candidato da rede não interagir, escutar e responder aos eleitores, aquele conteúdo não convencerá ninguém porque o principal motivo que nos leva a viver nas redes sociais é a interação, o ser atendido quando fazemos alguma pergunta. 
No Facebook, um simples "like" já vivifica a atmosfera, já revela que há alguém dentro da sala. Quando se escreve no Twitter ou publica uma foto no Face e não se cria com isso um espaço de conversação, esse ambiente é morto, estático, ou seja,  é uma página web 1.0, sem vida.
Desse modo, muitos candidatos perceberão que, a sua presença na rede somente por ocasião da campanha eleitoral, não tem muito sentido, como também, não tem o retorno esperado. O eleitor da rede não é mais um "voto", não é um "objeto" político, mas um sujeito ativo e participativo. Sem transparência e respeito e, sobretudo, sem interesse em escutar e conversar com o eleitor da rede, o candidato pode perder reputação e credibilidade na sua campanha.
Como aconteceu na campanha passada, muitos candidatos, eleitos ou não, após dia 7 de outubro, abandonarão as redes sociais, revelando assim um total desrespeito pelos seus seguidores e amigos nas redes.
A interação do político nas mídias sociais após as eleições é um excelente termômetro pra saber qual é/foi o verdadeiro motivo que o levou a estar nas mídias sociais. Fiquemos de olho!

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