Uma semana paradisíaca, simplesmente, inesquecível

Rotina diária. Hoje, levanto da cama, cedinho, vou até à janela, abro as cortinas e..., sem palavras, a emoção foi a mil. O jardim na frente, as plantas, as casas, tudo branco, coberto de neve. O céu despencou durante à noite e caiu sobre Roma. 


Um silêncio carmelitano pairava no quarteirão, nem sequer chiado de folhas, de vento, nada. Em mim, um sentimento estranho, algo de Deus, vontade de gritar bem alto, acordar a vizinhança que ainda dormia. Imaginei o que pensaria Francisco de Assis diante de tanta beleza. Cantava, é claro. 


Árvore ao lado da comunidade Dom Bosco - Roma
Fiquei ali, na janela, por alguns minutos, engasgado de emoção, contemplando Deus neste cenário, rezei como nunca, sem sequer dizer uma palavra. O silêncio bastava. 
Entrada da comunidade Dom Bosco, onde moro
É verdade que Deus se manifesta na vida de cada ser humano, com suas implicâncias, mas, ali, naquela neve, senti sua brisa, sua paz, sua obra de arte, sua onipresença, algo jamas vivido.

Não é normal em Roma ver um cenário assim. A última vez que aconteceu algo semelhante foi em 1985. A cidade pára, escolas, serviços públicos são fechados. Carros são proibidos de circular sem a catena nos pneus. Resultado: avenidas vazias, comércios fechados, poucos ónibus circulando. 
Ruas de Roma sem movimento 
É uma sensação estranha, gostosa, sei lá, difícil de rasgar em palavras a emoção que vivi ao contemplar o cenário paradisíaco. Hoje, pela manhã, a televisão italiana apresentou imagens excitantes da Basílica de São Pedro vestida de neve, o Coliseu e algumas praças. 

Nas ruas, os pais, com suas crianças, brincam e rolam na neve, fazem fotos, divertem-se. Das janelas dos apartamentos, os vovôs e vovós olham emocionados as árvores, os jardins e praças cobertos de neve.
Patinando no gelo
Para outros, transtorno geral. Caminhoneiros, bombeiros, polícias de trânsito, etc trabalham dobrado. Sofrimento para os moradores de ruas. A neve é assim, um cenário paradisíaco pra muitos e, infelizmente, inferno pra outros.
Universidade Pontifícia Salesiana - Roma

Outra visão inédita, também nesta semana

A vida é feita de imagens belas e brutas. Outra imagem inesquecível, que me deixou boquiaberto, abestalhado foi ver a Basílica de São Pedro de um ângulo novo, do local onde os jornalistas e cinegrafistas fazem a cobertura dos grandes eventos do Vaticano. 
Basílica de São Pedro - Vaticano
Vivi isso também nesta semana, quinta-feira, 2 de fevereiro, dia da Festa da Apresentação do Senhor e dia mundial da vida consagrada. Convidado por um jornalista da Rádio Vaticana pra traduzir do italiano para o português, a festa da Apresentação do Senhor, presidida pelo Papa, entrei de mansinho nos corredores do vaticano, peguei o elevador e, de cima, pude contemplar um panorama privilegiado da basílica e da praça de São Pedro. 
Praça de São Pedro - Vaticano
Recordando: A atual basílica é obra dos séculos XV e XVI. Demorou mais de 120 anos pra ser concluida. Não detalho aqui qual foi o preço de tal obra, nem muito menos, o sangue derramado para chegar ao fim desta magnífica obra de arte. Só pra se aquecer um pouco, uma das causas principais da ruptura de Lutero com o catolicismo foi pelo fato de se cobrar  dos católicos - através de indulgências - altas taxas, a fim de concluir a obra que hoje contemplamos.
Interior do Vaticano
A basílica pode albergar mais de 60 mil devotos. Embora seja a sede oficial do papa, ela não é uma catedral, porque não é a sede do bispo de Roma. A catedral do papa, invés, é a Basílica de São João de Latrão.

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