Sem memória não tem futuro


Hoje, Dia da Memória. No dia 27 de janeiro de 1945,  durante a Segunda Guerra Mundial, foram libertadas do campo de extermínio de Auschwitz, as poucas pessoas que se salvaram do mais alto grau de desumanidade do século XX. 

Com o objetivo de purificar a raça ariana - considerada pelos nazistas e fascistas, os seres humanos perfeitos - todos aqueles que não lhe pertenciam, ou seja, todos os que não tinham sangue europeu deveriam ser queimados inteiros (holocausto, do grego quer dizer "queimado inteiramente"). 

Segundos estudos feitos, foram queimados de 12 a 17 milhões de vítimas: judeus, ciganos, Rom, portadores de necessidades especiais, os homossexuais, os testemunhas de Jeová, os doentes mentais, os pentecostais, os polacos presos em guerra, entre outros.

Durante todo o dia de hoje, jornais, rádio, televisão na Itália apresentaram várias personagens que viveram diretamente o drama nos campos de extermínio. Naquela época, eram crianças ou adolescentes, que acompanharam seus pais, e, portanto, viveram as mais inimagináveis torturas, além de assistir à morte de muitos dos seus familiares. 



Seus depoimentos emocionantes sensibilizam a todos e, ao mesmo tempo, nos levam a pensar seriamente nos preconceitos, nos sentimentos de intolerância, no abuso aos direitos humanos,  nos campos de extermínios que ainda pairam visivelmente em nossos dias. É diferente a forma, o método, mas o reato existe. Pensemos, por exemplo, a superlotação das cadeias públicas, que são, na verdade, postos de torturas, não de restituição da dignidade humana. Pensemos nos abusos dos direitos básicos, como o emprego, a moradia, o alimento. Pensemos em tantas pessoas que têm suas dignidades agredidas por serem abusadas por seus chefes nos seus respectivos campos de trabalho.

Neste dia de recordação das milhões de vítimas, brutalmente assassinadas, somente por que eram vistas como estranhas pela raça "santa" ariana, leva-me a pensar, às vezes, que, também, nos sentimos melhores, mais santos do que os outros, e, por isso, nos achamos no direito de rejeita-los da nossa "igrejinha, do nosso partido, por considera-los uma ameaça à instituição, grupo, família, a qual pertencemos.

Enfim, o negacionismo, a intolerância, o preconceito, a cultura do extermínio estão no meio de nós. Está dentro de mim. Ser consciente disso, penso, seja um passo fabuloso em direção à nossa humanização.




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