História do Jornalismo - Parte II

O jornalismo moderno nasceu com o uso dos caracteres móveis de Johann Gutenberg no século XV. Nascia assim, “o homem tipográfico”.Fatos e idéias eram condivisos por meio do jornal estampado. Abria-se horizontes completamente novos. O conhecimento se amplia e, portanto, acessível a um publico decisivamente vasto em relação ao período dos trabalhos manuscritos.

Além do mais, o jornal chamou rapidamente a atenção das autoridades civis e religiosas. Eles o viram como um novo instrumento para usufruir em benefício dos seus interesses, mas, sobretudo, vira-o como uma forte ameaça por causa da sua capacidade de difundir entre a população, idéias e informações indesejadas. Portanto, em confronto com o jornal, o poder criou e institucionalizou um sistema de controle rígido e estruturado, baseado sob dois pilares: o privilégio e a censura.

Não existia liberdade de escrever em jornal até o final do século XVIII. Tudo o que era publicado deveria ser subordinado ao controle dos órgãos, formados por intelectuais e eclesiásticos.

O progresso da liberdade do jornal e o desenvolvimento da opinião pública se devem fundamentalmente ao processo gradual de transformação dos Estados em governo democrático.

Na Europa setentrional, o desenvolvimento do jornal se interligou com a difusão da Reforma protestante. Em primeiro lugar, o protestantismo postulava o direito-dever dos fiéis de possuir livremente a Bíblia. Martin Lutero fez a tradução do latim para a língua alemã. A moral protestante que se difundia de forma participativa através da leitura da Bíblia contribuiu para o afloramento da ética burguesa-capitalista, baseada sob os valores de responsabilidade individual, dinamismo, comportamento crítico no confronto com as autoridades, espírito ativo de cidadania.

Nos países católicos, invés, a contro-reforma confirmou a função do clero como intermediário entre fiéis e divindade, enfatizou os aspectos litúrgicos, impôs uma rígida censura. Isso, contribuiu a inibir a expansão do alfabetismo do povo, desacelerou o crescimento de uma mentalidade mais moderna, aberta e dinâmica, de uma ética de responsabilidade individual, de uma postura crítica em confronto com a realidade e de uma ativa participação civil.

Consequentemente, nos países católicos prevaleceram formas de poderes absolutistas, centralizados e opressivos (como Espanha, França e Itália). Em essas, a Igreja Romana exercitou um potente controle ideológico.

Jornal popular

Na França, no início do século XVI se difundiu o assim chamado “occasionel”, fascículo de quatro páginas publicadas, como diz o próprio nome, sem regulamento, que recontava eventos de relevância particular (sobretudo, batalhas, funerais, festas, desastres naturais).

Um filão particular desta produção foi constituída pelos canards (termo francês que traduz o tom de notícias sensacionalistas). Eram fascículos com oito a dez páginas, frequentemente inseridos com ilustrações. Tratavam geralmente de eventos extraordinários: inundações, terremotos, aparições de demônio, milagres, mas também, crimes terroristas ou aventuras amorosas.

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