¨Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares¨

Dos dias 21 a 25 de julho aconteceu nas margens do Rio Madeira, Porto Velho, no coração da Amazônia, o XII Intereclesial das CEBs. O encontro contou com mais de 5 mil participantes. Das delegações de quase todas as 272 dioceses do Brasil, 2.174 eram leigos e leigas; 197 religiosas; 41 religiosos irmãos; 331 presbíteros e 56 bispos.

¨Sejam ben-vindos (as) nesta terra de muitos rios, igarapés e de muitas matas, onde está a Arquidiocese de Porto Velho, que se faz hoje a Casa das Comunidades Eclesiais de Base”. Assim, D. Moacyr Grechi os acolheu na celebração de abertura. Além do tema geral, “CEBs: Ecologia e Missão – Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia”, outros provérbios foram ecoados durante o encontro, como, por exemplo, o divino proverbio africano: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”.

Esse encontro, que teve como fruto conclusivo um compromisso comunitário, feito com paixão e ousadia, por todos os participantes, nos faz olhar com orgulho e esperança a Igreja que somos. É verdade que a maioria dos católicos está longe de viver os grandes ideais do cristianismo: a promoção da justiça, o compromisso social, o exercício da cidadania, a fé lambuzada com a historia da nossa gente. Mas, é verdade também que, entre os católicos, encontramos muitas testemunhas vivas do evangelho vivido de forma profética e corajosa.

Apresento, pois, parcialmente, a alma do XII Intereclesial refletida ¨na oração do compromisso, rezada por todos, no fim do encontro.

¨Comprometemo-nos a fortalecer as lutas dos movimentos sociais populares: as dos povos indígenas, pela demarcação e homologação de suas terras e respeito por suas culturas;

Queremos defender e apoiar o movimento FLORESTANIA, no respeito à agro-biodiversidade e aos valores culturais, sociais e ambientais da Amazônia.

Assumimos também o compromisso de respaldar modelos econômicos alternativos na agricultura, na produção de energias limpas e ambientalmente amigáveis; de participar na luta sindical, reforçando a ação dos sindicatos do campo e da cidade, com suas associações e cooperativas e sua luta contra o desemprego, com especial atenção à juventude.

Convocamos a todos nós para o trabalho político de base, para a militância em movimentos sociais e partidos ligados às lutas populares; para participar nas lutas por políticas públicas ligadas à educação, saúde, moradia, transporte, saneamento básico, emprego, reforma agrária e para tomar parte nos conselhos de cidadania, nas pastorais sociais, no movimento pela não redução da maioridade penal, no Grito dos Excluídos, nas iniciativas do 1º. de Maio e das Semanas Sociais.

Comprometemo-nos ainda a fortalecer e multiplicar nossas Comunidades Eclesiais de Base, promovendo a educação ambiental em todos os espaços de sua atuação; fortalecendo a formação bíblica; incentivando uma Igreja toda ela ministerial, com ministérios diversificados confiados a leigas e leigos; assumindo seu protagonismo, como sujeitos privilegiados da missão; fortalecendo o diálogo ecumênico e interreligioso e superando a intolerância religiosa e os preconceitos.¨

Esse grito que ressoou em Porto Velho se expandirá por todo o Brasil e, também, por Mossoró. A minha amiga Isa Maria, coordenadora diocesana das CEBs, testemunhou e participou com toda a sua energia de leiga apaixonada e comprometida com a Igreja dos pobres e das comunidades de base. Resta agora, semear e fazer valer o sonho de Deus na vida da nossa Igreja.

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