Há 33 anos, nascia Gilvany

Era o ano de 1976, dia 12 maio, nascia no sítio Bartolomeu, municipio de São Miguel, RN, o primeiro filho do casal Abraão Manoel e Nucy Dantas. Os pais deram o nome de Gilvany, cuja motivação para a escolha veio de Gilvan, primeiro filho do casal Zé pedro e Marizete que morava no sítio vizinho de nome queimadas. Ele, Gilvany, tem três irmãos e duas irmãs. Em ordem decrecente: Talvacy, Evanda, Edilson, Evanúzia e José.

Uma infância feliz

Viveu com seus pais até os doze anos de idade. Teve uma infância saudável e feliz. Muitas eram as brincadeiras que fazia com seus primos e os meninos do seu sítio. Brincadeiras inesquecíveis como brincar do trisca, de se esconder, jogar bola, a brincadeira do "caiu do poço"; do "anel de ouro", etc. No período do inverno, tomava banho de chuva, aprendeu a nadar no açude do seu avô e curtia com os seus primos o desejado banho na cajoeira do tio Davi. Frenquentava o catecismo todos os domingos e com sete anos de idade sua catequista Emídia de Zé Leite, o considerou preparado para fazer a primeira comunhão. 

 Trabalho e estudo

Duas características marcaram a sua  infância: o trabalho e o estudo. Seus pais são agricultores e, na época, ainda menino pequeno, acompanhava o pai no trabalho da roça. Juntos com o seu irmão mais novo, aprendeu a importância de ajudar o pai naquilo que era possível. Serviços como carregar água em jumento do cacimbão para abastecer os potes d’água em nossa casa; limpar mato na roça; colher feijão, arroz, milho, pastorear o gado e tantos outros serviços. Ele sempre foi muito trabalhador e responsável em tudo que fazia.

Quanto aos estudos, ele foi sempre reconhecido e elogiado pelos professores como um aluno aplicado e inteligente. Estudou até a quarta série com a sua tia Antonia e a quinta séria estudou no Venha Ver, que na época, era um pequeno povoado a 6km de distância da casa de seus pais.

"Quero ser padre"

Filho de pais católicos, aprendeu logo cedo a rezar e a valorizar a fé que recebia dos seus pais. Neste contexto religioso, conheceu padre Cleides, pároco da cidade de Uiraúna, que andava nos sítios celebrando missas e animando os jovens, moças e rapazes, para participar dos encontros vocacionais. Empolgado com as missas dinâmicas do padre, ele partilhou para a família o desejo de estudar para ser padre. Esta notícia provocou surpressa e alegria para os pais e para a toda familia.  

Vida no convento

Aos 12 anos de idade, em 1989 seu pai levou-o para o convento do Uiraúna a fim de iniciar o seu novo caminho em direção ao seu sonho.

O ritmo de vida no convento não mudou muito. O padre logo descobriu que Gilvany, além de ser um aluno aplicado era também um menino trabalhador. Mesmo sendo ainda adolescente, fazia trabalhos de pesssoas adultas, como, tirar o leite das vacas todos os dias, cortar capim, aguar as plantas, dar comidas aos aos porcos e e tantos outros serviços.

Ele viveu Muitos momentos marcantes durante os quatro anos em Uiraúna. Ele me contou que certa dia, foi vistorear o gado do padre no roçado e encontrou uma vaca morta. Diz ele, que passou mais de uma semana para contar o fato, porque, para o padre, ele era o culpado da morte da vaca. São muitas outras histórias que ele viveu durante os quatro anos vividos sobre os cuidados de padre Cleides.

 Seminário de Mossoró

No ano de 1993 ele partiu para o seminário de Santa Teresinha na cidade de Mossoró para cursar o segundo colegial. Estudou no colegio Diocesano e fez pastoral na paroquia do Alto de São Manoel. Foi neste mesmo ano, no mês de dezembro, diante de seus questionamentos a respeito da sua vocação, que decidiu sair do seminário. Dentre outros motivos de sua saída, ele destaca a falta de apoio por parte do padre Zezinho, pároco da Paróquia de São Miguel, que não revelou nenhum interesse em ajudá-lo e também, por não ter tido uma aproximação com o reitor do seminário, provocando assim, a ausência do diálogo, da abertura e de um melhor acompanhamento vocacional. Outro motivo foi uma briga durante um jogo de futebol com um colega de seminário. Este rasgou a sua sobrancelha e, segundo ele, todos defenderam o colega, inclusive o reitor. Conheci somente essas motimações. Penso que, existem outras razões mais existencias sobre sua saída.

 Retorno a casa dos pais

Em 1994, estudou o terceiro ano colegial na Escola Estadual Eliziário Dias em São Miguel. Ao terminar os estudos de colegial, revelou o desejo de fazer cursinho em Natal em vista de um futuro vestibular. Este desejo foi interrompido pelo seu pai ao disser-lhe que não teria condições financeiras de pagar os estudos. Esse momento, segundo ele, foi muito triste: de um lado o sonho de continuar os estudos em Natal junto com seus colegas de classe, entre eles, André, Cláudio, Ronaldo...; do outro lado, a falta de apoio e de condições financeiras da família. Segundo ele, a mãe defendia a idéia que ele fosse fazer cursinho em Natal, inclussive tentou convencer o esposo para que vendesse algumas vacas, e, com o dinheiro, sustentar as despesas do filho em Natal. Contudo, não obtiveram um acordo comum. Nada feito!

 São Paulo: encantos e desecantos

Sem ter para onde ir, ele fez como quase todos os jovens faziam na época: Sem estudo e sem trabalho, foi encontrar refúgio em São Paulo.

Pediu a sua mãe para reservar um emprego na padaria do irmão dela, comprou as passagens e no dia 28 de fevereiro de 1995 viajou para São Paulo.

Chegando em São Paulo trabalhou como copeiro na padaria em que seu tio era gerente. Caracterizado por uma personalidade madura e responsável, logo se destacou no serviço que fazia e por esse motivo, com poucos dias passou a ser garçom e em seguida supervisou. Com o desejo de sempre crescer profissionalmente, saiu da padaria e foi trabalhar como vendedor de livros. Esta última profissão não correspondeu com o que havia pensado . Toda a propaganda feita sobre as vantagens do novo emprego eram falsas e, portanto causou-lhe uma grande frustação. Longe da família e dos amigos, viveu momentos difícies. Passou messes sem dar notícias para a família. Viveu a dura realidade do desemprego, o que o levou a viver momentos de humilhação e de solidão na grande São Paulo.

Diante desse momento escuro na sua vida, pouco a pouco, uma pequena luz volta a iluminar o seu caminho. Nesse período encontra um senhor, com um coração do bom samaritano que oferece para ele um trabalho como servente de pedreiros. Daí em diante, surgem novas oportunidades, como ajudante de caminhão, segurança na rodoviária da cidade de Osasco e tantos outros pequenos empregos, popularmente conhecido como “bicos”.

 Retorno aos estudos

Uma grande mudança na qualidade profissional foi quando ele voltou a estudar. Fez curcurso para polícia militar, obteve excelentes resultados e garantiu oficialmente um emprego, no qual permanece até os dias de hoje. Embora ele goste da profissão que exerce, já viveu alguns momentos de risco no exercício da mesma. Dentre tantos, cito dois: um,  foi quando ele, juntos com outros policiais, trocou tiros com ladrões de bancos armados de fuzis. Outro situação crítica foi um acidente de viatura quando estava indo apoiar outro policial. Sua moto bateu em um carro e, como conseguência, quebrou a perna, clavícula e várias escoriações.

È recuperado de tudo, graças à sua fé em Deus e em sua mãe protetora, Nossa Senhora Aparecida.

 O amor da sua vida

Como todo jovem que sonha em encontrar a mulher da sua vida, viveu várias experiências amorosas. Não cito o nome de nenhuma de suas ex-namoradas, porém, apresento a última mulher com quem ele se apaixonou. Em 2006, numa escola preparatória para concursos em Guarulhos, conheceu a sua atual esposa que se chama Angelica. Nela, ele descobriu as virtudes necessárias para traçar um projeto de vida através do matrimônio. Se enamoraram por quase três anos e, movidos dos mais reais sentimentos de amor, respeito e responsabilidade, decidiram casar-se. Planejaram-se cuidadosamente, uniram as familias, viajaram para o sitio Bartolomeu e lá, no dia 27 de dezembro de 2008 testemunharam a realeza do amor e, diante de Deus e da família, juraram viver eternamente unidos.

Esta é uma pequeníssima apresentação do aniversariante de hoje. Aqui de Roma, o que posso lhe oferecer é pedir que Deus lhe cubra de muitas bêncãos e, ao lado do seu amor, viva eternamente feliz.

Meus parabéns!!!

 

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