O Rádio "SEMP" de papai

O rádio era o móvel mais bem cuidado e protegido em nossa casa. O seu lugar era na sala, em cima de uma mesinha, coberto com um guardanapo. Eu e meus irmãos não podíamos ligar o rádio porque, primeiro, era proibido e depois, menino não sabe ligar porque pode desmantelar, dizia nossos pais.
Na época não tinha energia em nosso sítio e, portanto, o rádio funcionava com pilhas. As pilhas eram caríssimas e para não gastar muito, havia os horários em que podia ligar o rádio. Nos primeiros anos, somente papai escutava. E aqui, lembro uma cena interessante. Papai para escutar o rádio, pegava uma cadeira e sentava diante do mesmo e curtia o noticiário e os programas do seu interesse.
Ricordo muito bem de um programa que papai amava. Chamava-se "Hora da gualhada" com seu Mané, da rádio rural de Mossoró. Era um programa que falava a lingua do agricultor. As músicas de Luiz Gonzada eram as mais tocadas e portanto, as que faziam mais sucesso.
O rádio era a TV digital daquela época. Agora, o rádio não tem mais um lugar privilegiado em nossas casas. Ele saiu do centro da sala e foi morar em lugares periféricos como a cozinha, o banheiro, o carro. Enfim, alegro-me saber que, nenhum avanço tecnológico, substituirá o poder e a usabilidade do rádio na vida do homem.
bacana seu comentario me lembro de meus avos ouvindo radio tbem comprei um a valvula bem massa vou guardar pro meus filhos um abraço.
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