Método PONTE: Uma Bússola Integrativa para Terapeutas [estado BETA]

Criado com auxílio do ChatGPT, autoria de Talvacy Chaves


No complexo universo da saúde mental, terapeutas e psicoterapeutas frequentemente se deparam com o desafio de lidar com o sofrimento humano em suas múltiplas facetas. Críticas ao modelo biomédico tradicional, que tende a focar em sintomas e medicação, destacam a necessidade de abordagens mais holísticas, que considerem o indivíduo em sua totalidade — incluindo seu contexto psicossocial e suas experiências de trauma.

É nesse cenário que surge uma nova e promissora ferramenta: o Método PONTE. Desenvolvido pelo graduando de psicologia Talvacy Chaves de Freitas, este protocolo psicoterapêutico oferece uma estrutura integrativa para guiar profissionais no manejo do sofrimento complexo. Trata-se de uma verdadeira "bússola de travessia", projetada para ajudar pacientes a sair de estados de vulnerabilidade e alcançar maior equilíbrio e sentido.

O Que é o Método PONTE?

Como o próprio nome sugere, o método funciona como uma ponte metafórica e literal entre a condição atual de sofrimento do paciente e um futuro de crescimento e bem-estar. Ele é estruturado em um acrônimo de cinco microetapas sequenciais, aplicadas em cada sessão para abordar uma área específica de dor.

As cinco etapas são:

  1. P – Perceber: O ponto de partida. Nesta fase, o objetivo é aumentar a consciência do paciente sobre seu estado atual. O terapeuta o auxilia a reconhecer emoções, sintomas físicos e pensamentos relacionados ao sofrimento em foco, utilizando perguntas como "Onde estou?" e escalas subjetivas (0-10) para medir a intensidade da dor.
  2. O – Organizar: Com a percepção aguçada, o próximo passo é "fazer sentido" do que foi identificado. Aqui, o profissional ajuda o paciente a estruturar os fatores que contribuem para o problema ("pesos") e os recursos disponíveis para enfrentá-lo ("contrapesos"). Ferramentas visuais, como desenhar uma mochila com pesos e recursos, podem ser utilizadas para promover clareza.
  3. N – Narrar (ou Nomear): Esta é a etapa de ressignificação. O objetivo é co-construir uma nova narrativa para a experiência de sofrimento, que incorpore aprendizado e significado em vez de apenas dor. Utilizam-se metáforas (como comparar a ansiedade a um "alarme de incêndio sensível demais"), escrita terapêutica e a construção de mantras que sintetizam uma reinterpretação positiva.
  4. T – Transformar: Foco total na ação prática. Nesta fase, terapeuta e paciente definem microações e tarefas comportamentais concretas para quebrar padrões de estagnação. A ênfase é na consistência, não na intensidade, acumulando pequenas vitórias diárias, como praticar um exercício de respiração (4-7-8) ou realizar uma "tarefa mínima" de 5 minutos.
  5. E – Esperançar/Empoderar: A etapa final consolida os ganhos e projeta o futuro. O termo "esperançar", inspirado em Paulo Freire, significa "esperança em ação". O terapeuta ajuda o paciente a estabelecer metas realistas, a planejar a manutenção das conquistas e a fortalecer sua autoconfiança. Ferramentas como o "Cartão do Futuro" e o envolvimento da rede de apoio são estratégias-chave aqui.

Pirâmide do Sofrimento: as 12 Dores



Para aplicar o método de forma abrangente, Talvacy Chaves desenvolveu a Pirâmide do Sofrimento, um modelo conceitual que organiza a dor humana em 12 domínios principais, dispostos hierarquicamente do nível mais básico (fisiológico) ao mais elevado (espiritual).

Esta pirâmide funciona como um mapa, garantindo que nenhuma área de vulnerabilidade seja ignorada no plano terapêutico. Os 12 domínios (ou "dores") são:

  1. Somático-Vital (dores físicas, fadiga)
  2. Predisposição Genética (medo de herança familiar)
  3. Finitude Existencial (consciência da morte e perdas)
  4. Segurança por Utilidade (valor pessoal atrelado à produtividade)
  5. Reconhecimento Social (necessidade de aprovação)
  6. Vínculo Afetivo (relações íntimas, medo da solidão)
  7. Cognitivo (padrões de pensamento, crenças)
  8. Intelectual (aprendizado, clareza mental)
  9. Ético-Normativo (conflitos morais, culpa)
  10. Construção da Identidade (narrativas do eu)
  11. Propósito Vocacional (sentido prático da vida, missão)
  12. Espiritual-Transcendental (busca por sentido último)

A cada sessão ou módulo, o terapeuta pode focar em um eixo, aplicando o ciclo PONTE completo para gerar alívio e aprendizado naquele domínio antes de passar para o próximo.

Uma Abordagem Integrativa e Informada pelo Trauma

O grande diferencial do Método PONTE é que ele não "reinventa a roda", mas organiza e integra contribuições consagradas de diferentes escolas da psicologia. Ele combina a estrutura e as técnicas da TCC, a consciência do momento presente da Gestalt, a busca por sentido da abordagem Existencial e o foco na relação empática da abordagem Humanista.

Além disso, o método é explicitamente informado pelo trauma. Em todas as etapas, busca-se promover segurança, escolha e empoderamento, evitando a reativação de traumas. Técnicas de grounding (enraizamento sensorial) e regulação respiratória são introduzidas desde o início como "primeiros socorros emocionais".

Na Prática: Modo Terapeuta vs. Modo Psicoterapeuta

O treinamento do PONTE orienta o profissional a atuar em dois modos distintos, alternando-os conforme a necessidade do paciente durante a sessão:

  • Modo Terapeuta: É uma postura mais diretiva, ativa e psicoeducativa. O profissional ensina técnicas, propõe tarefas e oferece orientações claras. Este modo é especialmente útil nas etapas Organizar e Transformar.
  • Modo Psicoterapeuta: Caracteriza-se por uma postura receptiva, exploratória e reflexiva. O foco está em ouvir ativamente, processar sentimentos e facilitar o insight emocional do paciente. É crucial nas etapas Perceber, Narrar e Esperançar.

A habilidade de transitar fluidamente entre esses dois modos permite um cuidado que é, ao mesmo tempo, estruturado e profundamente humano, evitando tanto a rigidez técnica quanto uma exploração sem direção.

Conclusão: Uma Ferramenta para o Terapeuta Moderno

O Método PONTE se apresenta como uma ferramenta robusta, flexível e profundamente humanizada para a prática clínica contemporânea. Ele oferece:

  • Estrutura e clareza para lidar com casos complexos e com múltiplas queixas.
  • Flexibilidade teórica, permitindo que profissionais de diferentes orientações o integrem à sua prática.
  • Foco no empoderamento, capacitando o paciente com ferramentas para se tornar um agente ativo em sua própria recuperação.
  • Segurança, com diretrizes éticas claras e critérios para encaminhamento quando necessário.

Ao adotar essa "bússola de travessia", o terapeuta se equipa com um roteiro prático para guiar seus pacientes através das águas turbulentas do sofrimento, ajudando-os a construir pontes para uma vida com mais sentido, esperança e bem-estar.

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