Solidariedade e repúdio
Solidariedade aos familiares e amigos dos imigrantes senegaleses em Itália. Repúdio e vergonha para aqueles italianos que ainda preservam como valor sagrado, o ódio, o racismo e a xenofobia. A sensação é de que Mussolini ressuscitou e infiltrou nas veias de muita gente.
Não basta apenas tratar os imigrantes como raça inferior, é preciso elimina-los. Ontem, em Firenze, o italiano neofascista, Gianluca Casseri, matou covardemente dois senegaleses e feriu outros. E agora, os seus discípulos o tem como um herói.
"Fez bem, precisa castigar esses invasores senegaleses e mandá-los de volta ao país de origem". "Precisa mandar embora essa imundícia negra". Ao italiano assassino, dizem: "um herói, respeito e honra".
Cadê a Itália, berço da "civilização" ocidental? Cadê a Itália cristã? Cadê a Itália do renascimento? Não sei. Aos olhos do mundo, o que se vê é o renascimento de uma cultura racista, um tipo de epidemia mortífera, um veneno que está se expandindo em toda a Europa.
Os políticos não contam mais, perderam a identidade daquilo que deveriam ser, tornaram-se meros escravos da economia, dos bancos, dos números. Pra eles, o que conta é o dinheiro, não as pessoas. Salvar a economia sim, as pessoas, não.
"Sou um xenófobo sincero", revelou-se um jornalista italiano na mídia, semana passada. Isso revela a velocidade da intolerância que se expande de forma selvagem. É urgente uma atitude concreta por parte da sociedade civil. Nós, imigrantes, não podemos nos silenciar diante da proliferação da cultura de morte na Itália.
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