Tecnológico assim, só sendo um ser humano mesmo
Narciso não se apaixonou nem pelo seu “eu maior”, nem pela sua personalidade, mas apenas pela beleza exterior do corpo dele. Por isso, morreu com o nariz colado no seu autorreflexo. É algo semelhante que acontece com o encanto das mídias digitais. Aliás, isso ocorre toda vez que o ser humano desbrava uma nova tecnologia. Fica tão fascinado, colado nela, que não consegue equilibrar-se ou integrá-la na sua vida, de forma harmônica, por um bocado de tempo. Para McLuhan, não interessa se o homem faz uso correto, ou não, das tecnologias. Por isso, ele usa a outra interpretação de Narciso, aquela em que ele se apaixona pela sua proibida Ninfa Eco: como Narciso tinha sido proibido por sua mãe de se olhar no espelho, certa vez, enquanto passava, ao lado de um lago, viu sua própria imagem na água e foi amor à primeira vista - logo começou a enamorar-se desse reflexo, com este dialogando, uma vez que pensou ter-se deparado com sua Ninfa Eco. Quando McLuhan compara os apaixonados p...